sexta-feira, 27 de maio de 2022

"Socioanálise"

 

   Achei bem interessante uma ideia de Pierre Bourdieu, segundo a qual poder-se-ia fazer uma analogia entre o trabalho do sociólogo e o do psicanalista.

  Consta do livro 50 grandes sociólogos contemporâneos, de John Scott:

   "Bourdieu pensou a prática da sociologia em termos de uma 'socioanálise', em que o sociólogo está para o 'inconsciente social' da sociedade como o psicanalista está para o inconsciente do paciente. O inconsciente social consiste de interesses não reconhecidos que os atores seguem [...]"

sábado, 21 de maio de 2022

História da Liberdade Religiosa

 

    Comprei esses dias o livro História da liberdade religiosa - da Reforma ao Iluminismo, de Humberto Schubert Coelho, publicado pela Vozes Acadêmica e pelo Instituto Homero Pinto Vallada, agora em 2022.

    O livro é dividido em seis capítulos: (1) Raízes medievais e renascentistas da luta pela liberdade religiosa; (2) Nasce a Reforma; (3) O mundo moderno: religião e ciência reconfiguram sua relação; (4) Despertar espiritualista na aurora do Iluminismo; (5) A geração de Voltaire; e (6) A Era das Luzes.

    Nosso filósofo aparece no capítulo 3, no artigo de título "O papel decisivo de Espinosa no entendimento moderno da religião".

    Há uma rápida biografia, seguindo-se logo a apresentação das ideias spinozanas, ao longo dos seus diversos escritos.

    Diversas passagens são interessantes, mas eu destacaria essa, que achei, no mínimo, curiosa:

    "[...] suas [de Spinoza] ideias estão muito longe de serem fáceis, transparentes ou desambíguas, dando margem tanto para a defesa do materialismo mais radical quanto para a mística mais exaltada ao longo do século XVIII. Em ambas as vertentes, a presença de Espinosa formatou significativamente aquilo que entendemos por materialismo e mística modernos, com influência sobre autores tão discrepantes quanto os philosophes franceses e os idealistas alemães".

    Reconheço que há passagens do texto spinozano que podem sugerir certo materialismo - apesar de não concordar que ele seja um materialista -, bem como há, no mínimo, uma passagem que flerta com o misticismo - o que também não me parece ser a posição do holandês. Daí a dizer que ele "formatou significativamente aquilo que entendemos por materialismo e mística modernos", acho um pouco extremado. 

    De qualquer modo, o livro parece ter um conteúdo bem amplo, facilitando a pesquisa de vários nomes envolvidos com a liberdade religiosa ao longo da história. Acho que vale a pena adquirir.

O direito de ser humano

 

    "O direito a ter direitos, ou o direito de cada indivíduo a pertencer à humanidade deveria ser garantido pela própria humanidade"

(ARENDT, Hannah. As origens do totalitarismo)

Globalização...

    

    "Temos o direito de ser iguais, quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito a ser diferentes, quando a nossa igualdade nos descaracteriza. Daí, a necessidade de uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou reproduza as desigualdades"

(SANTOS, Boaventura de Souza. Uma concepção multicultural dos direitos humanos)

sexta-feira, 6 de maio de 2022

O fim da Metafísica

 

       A Metafísica vive sendo "assassinada". Lembro que, desde a graduação, eu explicava a um colega de turma, que se dizia "materialista", que esta posição acabava sendo a adoção de uma, dentre algumas, opções metafísicas de encarar a realidade.
    Lembrei disso agora, depois de ler uma crítica de Heidegger a Sartre, em Carta sobre o humanismo, quando diz:

    O existencialismo diz que a existência precede a essência. Nesta afirmação, ele está tomando existência e essência de acordo com seus significados metafísicos, que, desde a época de Platão, disse que essência precede existência. Sartre inverte essa afirmação. Mas a reversão de uma afirmação metafísica permanece uma afirmação metafísica. 

   Pois é...

Retornando...

 

    Vez por outra, sumo um pouco... mas acabo retornando. 

    Então, que seja mais um bom retorno... 

    Faço minha reentrada no palco num momento em que a Covid vai se retirando. Ainda bem. E, aliás, já está indo tarde demais.