quarta-feira, 24 de setembro de 2014

"Filosofia Prática"


   Hoje, saí de casa atrasadíssimo. Peguei a agenda e esqueci meu companheiro inseparável - um livro... sempre o do momento da minha pesquisa.
   Para minha sorte, na agenda há algumas notas que faço durante as leituras. Fui revendo algumas delas, que, para minha sorte, também tinham relação com a parte que estou desenvolvendo. 
   Quando cheguei ao trabalho, peguei uns livros que comprei mas ainda não levei para casa. Obviamente, há Spinoza... mas aproveitei para dar uma "diversificada". Apelei para Filosofia Prática - ética, vida cotidiana, vida virtual, de Márcia Tiburi. 
   Não pude ler muito, mas o pouco que li é realmente bem interessante. Uns pedacinhos sobre a aventura da leitura.
   "A experiência textual é ativada pelo leitor que a toma como um convite. [...] Qualquer texto que se faz livro aspira a tocar aqueles que o leem [...]. Podemos deixar na estante algo cujo sentido é um pedido de conversa? [...] Assim o leitor faz da leitura a vida da escrita, sem a qual todo texto é morto". 
   Como observação final a informação de que foi neste livro que vi a referência ao filme homônimo da filósofa alemã Hannah Arendt, dirigido por Margarethe von Trotta.

E mais outro...


   ... e mais outra.
   Outro filme... de outra filósofa ... das mesmas diretora e atriz principal. 
    Desta vez, Rosa Luxemburgo.

Rosa Luxemburg
Rosa Luxemburg (film).jpg

Mais um filme


   Eu comentei, no post passado, que fazia uma pesquisa na net quando esbarrei com o filme da Hildegarda de Bingen. O que eu procurava mesmo era o filme de outra filósofa, Hannah Arendt. As pesquisas se entrecruzaram porque a diretora e a atriz principal dos dois filmes são as mesmas, Margarethe von Trotta e Barbara Sukowa, respectivamente.
   Não sei se é fácil obter estes filmes, mas tentarei. E vocês?

Hannah Arendt
Hannah Arendt Film Poster.jpg
   

Hildegarda de Bingen (2)


   Há alguns dias, uma nossa amiga, a Mirtes, escreveu um comentário num post antigo, que tratava de Hildegarda de Bingen. O comentário nos informava que o livro Scivias, da ilustre monja, já tinha uma versão em espanhol e que em 17 de setembro se comemora o dia dela.
   Antes de tudo, agradeço a Mirtes pelas suas informações. Depois, gostaria de dizer que, numa pesquisa paralela pela net, acabei esbarrando com um filme sobre a monja Hildegarda. Para quem tiver interesse:

Vision - From the Life of Hildegard von Bingen
VISION - FROM THE LIFE OF HILDEGARD VON BINGEN Theatrical Poster - from Commons.jpg

Aborto

   
   O tema não é simples, além disso a questão do aborto é extremamente "desconfortável" de ser debatida. No entanto, não se trata de uma discussão meramente teórica, cujo resultado pode ser um simples veredito - "certo" ou "errado" -, a questão é efetivamente prática.
    Principalmente diante de dois casos que foram noticiados nos últimos dias, o assunto se põe urgentemente em debate.
    Penso que a questão é eminentemente de saúde pública. Os apelos religiosos são válidos, mas devem prevalecer enquanto se trata do aspecto motivacional da decisão sobre o aborto, e não sobre o ato em si.
    Imagino ser inadmissível duas jovens mulheres morrerem vítimas de procedimentos "médicos" - com aspas mesmo - mal planejados, mal realizados e sem os cuidados necessários a um tipo de intervenção tão delicada.
      Seria leviano defender a morte de um feto, porém mais incorreto ainda - penso eu - é apoiar a  cegueira diante de uma prática perigosa, que tem vitimado várias mulheres, em nome de uma esquisita "moralidade".
    É importante colocar que não estamos, pelo menos nesses dois casos, diante de jovens "tresloucadas", simplesmente arrependidas por terem se entregue, antes, a arroubos hedonísticos, os quais têm como resultado crianças indesejadas. O que vimos são mulheres com certa experiência que, por algum problema momentâneo, acabaram por  engravidar e que, até com um certo grau de responsabilidade, quiseram evitar uma gravidez que poderia vir a produzir "efeitos" complicados em relação às suas vidas.
   Os "efeitos" não são propriamente as crianças geradas, mas os problemas que advêm de uma gestação não programada. Nos dois casos, aliás, vimos moças - Jandira tinha apenas 27 anos!!! - preocupadas com o futuro das crianças das quais já eram mães.
   É óbvio que defendo, inicialmente, uma conscientização maior das mulheres no que diz respeito às suas relações sexuais. E indico diretamente as mulheres - embora pense que tanto elas, quanto nós, homens, devamos ter essa maior consciência - porque serão elas que terão que tomar a difícil decisão de se submeter ao tipo de procedimento em questão ou carregar uma criança não planejada no ventre por nove meses. Mas... como acidentes acontecem, há que ter um "Plano B". Se este é a interrupção da gravidez, que se faça como um procedimento médico - que é efetivamente o caso -, em um lugar em que as mulheres não estejam na mão de açougueiros, e sim de cirurgiões e assistentes gabaritados.
  Volto a enfatizar que é necessário um tratamento laico da questão, solicitando que o foco se dê, de verdade, sobre a perspectiva da saúde. Não é possível que fechemos os olhos diante de um problema que é real, e que tem consequências sérias. Aliás, hoje o jornal O Globo anuncia uma estatística - não sei se completamente confiável, mas com justificativas - de que há mais de 67 abortos por ano no Estado do Rio de Janeiro. Isso, com base nas mulheres que chegam ao SUS com complicações, que são mais de dezesseis mil!!!!!
   Acho que várias das mulheres que se submetem a este procedimento sofrem muito mais psicologicamente do que fisicamente. Se o aspecto físico, desde que tudo corra bem, se resolve em meses, o psicológico fica marcado pelo resto da vida. Mas se com esse sofrimento elas têm obrigatoriamente que conviver, não permitamos que a situação se agrave ainda mais, e que haja sequelas e mortes dessas mulheres. 
   Pela legalização do aborto de forma mais ampla já!