sábado, 28 de junho de 2014

Time sem vergonha!


   Antes mesmo do final do jogo do Brasil contra o Chile, ou seja, sem saber do resultado do mesmo, quero registrar que a Copa do Mundo, para mim, acabou. Nunca vi um time brasileiro tão "porcaria". Esse time, sem dúvida alguma, merece ficar pelo meio do caminho.
   Já que Portugal e Itália caíram, vou torcer pela Holanda. Neymerda e companhia não merecem nossa atenção.

domingo, 22 de junho de 2014

Somos 103, agora!


   Agradeço a presença do novo amigo, Luiz Alfredo Nunes de Melo, neste nosso espaço. Pelo que pude ler, trata-se de um filósofo-poeta.  Ou, talvez, filósofo de cabeça e poeta de coração. 
    Que bom que nosso novo amigo consegue compatibilizar as duas preciosas atividades. Seria uma espécie de Nietzsche? Bem... aí teremos que perguntar a ele. Rsss. Outro que escrevia textos muito artísticos era Platão. Mas este, curiosamente, era poeta até descobrir a Filosofia. Pelo que se conta, ele queimou seus escritos poéticos, prometendo, dali em diante, dedicar-se somente à Filosofia. Na República, chegou até a expulsar os poetas de sua "cidade de palavras" ideal.
    Portanto, acho que nosso novo amigo teve mais juízo que Platão. Rsss.
   Brincadeiras à parte, seja bem vindo, Luiz Alfredo. Fique totalmente à vontade para comentar o que quiser dentro desta nosso espaço.

Niterói e a Copa do Mundo


   Não sou niteroiense de nascimento, apenas de coração. Mas gosto muito da cidade. E sempre que alguém fala de Niterói presto atenção. Hoje, li uma história bem interessante, que vincula o município à Copa... embora não esta, de 2014, e sim àquela de 1950.
    Lá vai um trecho da matéria publicada em O Globo:
   "Se hoje ela [a bola] é fabricada pela gigante multinacional Adidas, submetida a inúmeros testes e até analisada por pesquisadores da Nasa, na primeira edição da Copa no Brasil, em 1950, ela era confeccionada por uma empresa brasileira que tem hoje em Niterói a sua loja remanescente: a Superball.
     Apesar de toda a tecnologia usada no desenvolvimento da Brazuca, atual bola da Copa, há quem diga que a Superball Duplo T, da Copa de 50, é que era a verdadeira revolucionária. E foi por isso que a Fifa a escolheu e, mais ainda, lhe deu exclusividade até então inédita. Foi a primeira Copa em que passou a ser usado apenas um modelo de bola para todos os jogos".
    O texto explica que a maioria das bolas, até então, tinha costura externa. No Rio, a única que contava com costura interna, sendo, por isso mesmo, mais "equilibrada", era justamente a Superball Duplo T. 
    Bem, e o que Niterói tem a ver com isso? Como o texto que eu já citei lá no começo diz, a  empresa Superball, que produziu a primeira bola da história que passou a ser única para todos os jogos da Copa, atualmente foi reduzida apenas a uma loja de material esportivo, justamente em Niterói.
    Um pouco de "bairrismo" e de história do futebol, nessa época de Copa do Mundo. 

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Spinoza por Nigel Warburton


   Eu gosto muito de ler o Nigel Warburton. Há pouco tempo, adquiri o livro Philosophy: The Classics, publicado pela Routledge - editora que, até onde conheço, só traz ao mercado bons textos -, de autoria do Warburton.
   No livro, o autor trata de trinta e duas obras, desde Platão até John Rawls. Entre estas, a Ética, do nosso querido Spinoza. Como o livro não é muito extenso - são um pouco menos de trezentas páginas -, os capítulos referentes a cada filósofo não são muito volumosos. Para aprofundar o conhecimento de determinada obra, é lógico que o livro de Warburton é de pouca valia, mas para uma introdução rápida, eu diria que ele é ótimo. E, apesar de ser um livro absolutamente introdutório, ele registra algumas opiniões interessantes do autor.
    Separei algumas passagens:
   "Within the pages of this difficult book [...] are philosophical and psychological insights of great power."
   "Spinoza's theme is the universe and our place in it - the nature of reality. For him metaphysics and ethics were not separable. The nature of reality determines how we ought to live."
   "If Spinoza is a pantheist, his is not the crude pantheism which declares that the world simply is identical with God."
   "All our actions, and everything that happens in the universe, are determined by prior causes. [...] So in the sense of being outside of the chain of cause and effect there is no hope of human freedom. [...] This will make us free in the only sense in which we can be free, which is acting from internal rather than external causes. [...] When we can liberate ourselves from the passivity of being the vehicles of such passions and come to understand our actions we become free."
   "Human bondage is the condition of those who are ignorant of the causes of their actions. People in this condition are moved by external causes alone. [...] It is only by forming an adequate idea of the causes of our behaviour that we can escape this bondage, and make the causes of our action internal rather than external."
   "Spinoza's thought recommends a kind of psychotherapy. To achieve freedom from the passions we must understand the true causes of our actions. Yet this doesn't mean that free decisions cease to have causes. When understanding is achieved these causes are internalised. [...] But the actions they give rise to remain determined. So Spinoza sees human free will in this particular sense as compatible with our actions being causally determined." [Eu trocaria este último "free will" por "freedom"]

   Ao final da explicação de cada obra, Warburton apresenta algumas críticas às ideias nela contidas. No caso específico da Ética, Nigel apresenta três dessas críticas: (1) "No need for God"; (2) "Denies genuine freedom" e (3)"Over-optimistic about reason".
   Particularmente, acho que as críticas de número 2 e 3 são improcedentes. A "liberdade genuína" que Warburton diz que Spinoza nega é comparada ao "livre arbítrio". Sim, é verdade que o filósofo holandês nega a existência desse último conceito, mas não é a isso que ele chama de "liberdade genuína". Em relação a ser "superotimista sobre a razão" no que concerne à sua capacidade de nos trazer a felicidade, acho que não é bem assim. Se "razão" for tomada só sob o aspecto cognitivo - como é o modo comum de entendê-la -, Spinoza não adere ao grupo de otimistas. Inclusive porque o segundo gênero de conhecimento, que leva justamente o nome dessa faculdade a que Warburton se refere, não é o que permite um acesso adequado à realidade.
   Em relação ao primeiro item, eu mesmo já fui um crítico em relação a isso. Warburton diz: "The God he [Spinoza] describes is so different from God of orthodox Christianity and Judaism, that is scarcely merits the name 'God' at all." E aí, perguntaríamos: Por que Spinoza não se limitou a falar de "Natureza" e de "Substância"? A minha resposta é que, pensando que o uso que a Teologia/religião fazia de "Deus" era muito "imaginativa", Spinoza usou esse conceito para se opor à superstição de maneira proposital - talvez, até mesmo, provocativa.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

A Ética e os "Três Mosqueteiros"


     Pode parecer, mas eu não vou falar da ética contida no livro de Alexandre Dumas.
   Os três mosqueteiros, no caso, é o grupo um de amigos formados por mim, pelo Henrique, pelo Levi e pelo Roberto - bem se vê que, como na estória, os "três" são quatro. Rsss. Esse nosso grupo só tem como objeto de convencimento, não espadas, mas argumentos filosóficos.
    Dessa vez, a nossa discussão foi sobre ética. Como ninguém é de ferro, o "simpósio" ocorreu assistindo a jogos da Copa, regados à cerveja.
    A Filosofia Prática quase sempre povoa nossas discussões, embora a Metafísica também mostre sua cara, às vezes.
   Nossa conversa chegou ao ponto em que, em conjunto, repudiávamos ações de violência cometidas contra mulheres no Oriente. Apesar da obviedade da questão do repúdio à violência, ficamos discutindo sobre como é difícil estabelecer um valor comum, que possa ser colocado como base para todas as sociedades, a fim de que se evite o relativismo no campo moral. Mesmo falar em "vida", para ocupar o papel desse valor fundamental e maior, pode trazer sérias dificuldades, visto que há diversas ocasiões em que se imagina que vale a pena morrer por motivos religiosos, políticos ou sei lá o que mais. Portanto, esses valores seriam anteriores e mais fundamentais do que a própria vida.
   Todos acabávamos aceitando que deveria haver algum valor em nome do qual se pudesse impedir uma mulher de ser apedrejada até a morte, por ter, por exemplo, traído seu marido. No entanto, a parte problemática é sempre ter a adesão do grupo que vive sob uma tábua de valores diferentes daquela que queremos "compartilhar" - para não dizer, honestamente, impor. Minha impressão é de que não é possível, em grande medida, um universalismo moral... nem mesmo no que concerne a valores mais básicos.
    Mas mesmo que haja valores que possam ser compartilhados, há que se discutir se os "outros" a quem serão concedidos direitos que correspondam a esses valores serão todos ou só alguns. 
    Vejamos, por exemplo, o caso das mulheres apedrejadas... ou dos judeus e homossexuais, na época do nazismo. Eles não eram "outros" dignos de direitos. Nesse caso, fica fácil universalizar o valor e o direito, visto que não se comunica à totalidade das pessoas do grupo o acesso a estes valores e direitos.
    Portanto, segundo minha opinião, mais importante do que o valor fundante da sociedade é concordar que esse valor seja comum a todos desta mesma comunidade. 

Dr. Dráuzio Varela e o ateísmo


   Gosto muito do Dr. Dráuzio Varela. Não o conheço pessoalmente. Portanto, minha opinião é baseada exclusivamente no que vejo de suas aparições na televisão. Percebo sempre a seriedade de suas propostas e a serenidade de suas opiniões. Além disso, só mesmo a figura, meio romântica, dele mesmo no livro Carandiru. O fato que gostaria de registrar, no entanto, é o respeito que tenho por ele, não só como médico e como divulgador de ciências médico-biológicas, mas também como ser humano. Muitas vezes, quanto a este último aspecto, ficamos logo imaginando que ele é uma pessoa muito "espiritualizada", ligada a alguma doutrina religiosa. Gostei de ver, então, a resposta que ele deu, em meio a uma entrevista, sobre dois assuntos relativos à religião - principalmente, quanto ao fato de se ter assumido ateu.
    Para quem quiser assistir, está no You Tube https://www.youtube.com/watch?v=uHEHyg3-3P0
   Agradeço ao amigo Aníbal, que, através do seu blog, disponibilizou essa informação, que repasso aqui.