Sabemos que Karnal é historiador, por formação. Contudo, é um homem ilustrado, com conhecimentos de várias áreas do saber.
Mas... no texto que trata sobre a velhice, ele dá uma "escorregada". E justamente com nosso querido Spinoza.
Karnal diz: "[...]como queria Espinosa, sou o meu corpo. Não existem duas instâncias separadas, mas uma só. Meu corpo não contém o meu ser, ele é o que sou".
Realmente, para Spinoza, o ser é uma coisa só, que pode ser percebida sob dois aspectos - um material e outro imaterial. Mas... dizer "sou o meu corpo" soaria materialista demais para Spinoza. Afinal, se há somente uma "coisa", eu poderia dizer "sou a minha mente". Mas isto é falacioso. Qualquer redução do ser a uma única "instância", como usa Karnal, seria confundir o nível da nossa percepção do ser com o da própria existência do ser.
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