Os spinozanos conhecem Pierre Bayle, pelo menos em relação à sua afirmação sobre Spinoza ser um "ateu virtuoso", no famoso Dictionnaire Historique et Critique. Mas, e além disso, o que sabemos de Bayle?
Essa pergunta me passou pela cabeça, quando, durante uma aula com o professor Danilo Marcondes, falando sobre o Ceticismo Fideísta da Modernidade, foi dito que Pierre Bayle (1647-1706), originalmente protestante, havia se tornado católico e, depois, regressou ao calvinismo.
Naquele momento, a única pergunta em que pensei foi: Se o argumento cético da falta de critério para definir qual a doutrina filosófica correta desembocara na utilização da fé como critério, como é que se troca de "fé"? Não duplicamos o problema então, já que agora teríamos várias "fés" equipolentes, e retornaríamos ao problema do critério dos céticos?
Nosso eterno professor Danilo indicou que foi justamente isso que deu surgimento ao Deísmo, que via em Deus o único critério de verdade, comparando as "religiões positivas" às doutrinas teóricas, a respeito das quais não havia critério definitivo a ser adotado.
Esse "indeciso" Bayle merece mais alguma investigação, não é?