quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Fernando Savater


   O espanhol Fernando Savater é um grande divulgador da Filosofia. São dele, livros como Ética para meu filho, Política para meu filho, Os sete pecados capitais, Os Dez Mandamentos para o século XXI e mais alguns. Já li alguns desses. Agora, leio um que não conhecia, A importância da escolha. O original é de 2003, mas a tradução foi publicada no Brasil em 2004. Eu o descobri em uma feira de livros usados.
   Savater começa o livro dizendo que o tema do livro, pode ser colocado "ingenuamente" através da seguinte pergunta: "Em que consiste a liberdade?"... na linha investigativa básica da Filosofia: "O que é X?". Logo em seguida, explica que "logo que formulada, ela se mistura com outras - como acontece sempre com as verdadeiras questões filosóficas - que dificultam e retardam uma resposta direta: a liberdade existe realmente? [...] Sou capaz de liberdade ou sou liberdade, e por isso sou capaz de ser humano? E tantas, tantas outras: perguntas em demasia".
    O livro é bem interessante... até por conta da linguagem que Savater usa. Depois valerá uma exploração maior do seu conteúdo. Por enquanto, contudo, só quero registrar uma passagem. Lia eu:
   "[...] é preciso compreender que os dois extremos da balança axiológica, o Bem e o Mal, de nada servem à razão ou ao coração se os utilizamos em termos absolutos: só têm sentido a utilidade conceitual quando funcionam em relação a algo [...]"
   No que li isso, marquei logo a passagem como a posição de Spinoza. Eis que... logo depois, Savater escreve:
   "Isso significa que, no lugar de Bem e Mal, preferiremos dizer 'bom para...' e 'mau para...', como nos ensinou nosso pai Spinoza."
    Nem preciso dizer da minha felicidade... falar em "nosso pai Spinoza" reforça o peso do nosso querido holandês.