No Fantástico desse domingo foi exibida uma matéria sobre o celibato dos padres católicos, e a conseqüente impossibilidade de casamento destes. Um dos entrevistados foi o “padre pop” Fábio de Melo, que já gravou cerca de dez CDs. Apesar do estilo “modernoso”, o padre mostrou sua total concordância com o celibato. Esta exigência conta com um grande número de adversários, ex-párocos, muitos casados, que querem voltar ao seio da Igreja católica, com permissão para realizar todos os sacramentos.
Embora eu sempre me mostre contra o arcaísmo da Igreja católica, em praticamente todas as suas áreas de pensamento, acho que, se o celibato é uma exigência da vida monástica, ele deve ser cumprido. Quem não quer ser celibatário – como eu, por exemplo -, que não seja padre. Alguns deles até argumentam “Mas os pastores evangélicos podem ser casados!”. Isso... convertam-se ao protestantismo e sejam pastores, então.
Outro argumento comum é o de que o celibato não é uma exigência da “tradição”, isto é, dos textos originários do catolicismo - É verdade! – e que, portanto, basta um papa ter a vontade de modificar este item e... zap!... todos os padres poderão casar. Mas o fato é que, enquanto não surgir um papa tão “liberal” assim – um do estilo dos Bórgia, por exemplo -, a “regra” está valendo. Uma boa sugestão, então, é eles deixarem de serem padres e voltarem apenas quando um novo papa “Bórgia” mudar as coisas... uma espécie de “exílio” voluntário da religião que os “oprime”. Findo o “governo do opressor”, eles retornam ao seu “território espiritual” de origem.
Mas... voltando ao “padre pop”.
Li uma rápida entrevista com o padre Fábio e gostei do conteúdo das respostas, que mostram que ele não é só mais um “rostinho bonito” do mundo da música. Ao ser perguntado sobre como a fé pode ajudar a combater a violência e a corrupção, o padre respondeu “... luto... por uma fé madura. Nada de alienações. O que cremos precisa mudar o que somos. Minha fé em Deus não pode se resumir ao rito de ir à missa. Ela só será realmente eficaz se continuar acontecendo através de atitudes corretas”.
Gostei, padre! É verdade que tenho minhas dúvidas quanto à possibilidade de uma “fé madura” no sentido religioso de “fé”, e que este estado de amadurecimento consiga eliminar totalmente as “alienações”, como ele diz. Mas, em essa “fé madura” existindo, concordo que a “fé não pode se resumir ao rito de ir à missa” – aliás, nem a qualquer rito, somente -, além disso “[a fé] só será eficaz se continuar acontecendo através de atitudes concretas”. O que mais vemos é uma total falta de conexão entre o que se diz e o que se faz, por parte dos fiéis – para não falar das próprias autoridades eclesiásticas.
Parabéns pelas opiniões, padre Fábio!