sexta-feira, 29 de abril de 2011

Occhio Café (2)

   Já estava devendo um comentário sobre o segundo "Notas Filosóficas" do ano, que aconteceu na última terça-feira, quando recebi um comentário da Faiga Marques, coordenadora do evento, aqui no blog.
   Inicialmente, quero dizer que as informações foram indiretas, mediadas pelos amigos Alan, Henrique e Levi, que me representaram no evento, ao qual mui infelizmente eu não pude comparecer.
    No primeiro post sobre o "Notas filosóficas", eu indiquei que entendêramos que o próximo evento faria uma abordagem "milton-nascimenteana" do Existencialismo - ou seria, existencialista de Milton Nascimento? Rsss -, entretanto, não foi o que aconteceu. Milton Nascimento - ou suas canções, pelo menos - compareceu ao evento, mas "acompanhado" de outro ilustre personagem... nosso tão querido Spinoza. Num ato de pura maldade e sadismo, Alan - já sabedor da impossibilidade da minha presença - enviou mensagens seguidas, indicando a "presença" do ilustre luso-holandês na Occhio Café.
   O que passou, passou. Não foi desta vez que vi o professor Silvério presenteando o pessoal com suas informações e "sacações" ligando música e filosofia... spinozana, dessa vez. Quem sabe o "raio" não cai duas vezes no mesmo lugar? Rsss.
    Segundo o relato da "intrépida trupe filosófica", o evento foi do mesmo nível de excelência do primeiro. E o Silvério ainda teve que enfrentar os questionamentos de Henrique, sempre "revoltado" com a ausência do livre-arbítrio em Spinoza. Aliás, se algum dia minha amizade com esse "sujeito" acabar, a culpa será desse "determinismo" da doutrina spinozana. Rsss.
   Mas voltando à simpática e competente Faiga, a coordenadora do evento.
   Antes de tudo, parabenizo-a pela organização do evento. Em seguida, agradeço-lhe o carinho em dizer que sentiu minha ausência... informando que se prepare, pois irei ao próximo. Por último, repasso uma informação dela que pode agradar aos amigos dos amigos, sobre um curso de Introdução à Filosofia de Spinoza, na Uerj, ministrado pelo professor Márcio Costa, com início no dia 19/05 (quinzenal), as 18h30min.
   Aguardarei que ela me envie o flyer, por e-mail, para postar no blog.
   Obrigado, Faiga!
  

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Novos amigos... dos amigos.

   Se minha desgastada memória não falha, o último amigo a entrar no blog que foi saudado diretamente em um post foi a Milu.
   Apesar de considerar uma falha quase imperdoável minha - se eu colocasse literalmente imperdoável, a coisa ficaria muito ruim para esse que escreve -, deixei escapar as boas vindas a mais três amigos: a Cynthia, do blog Astroterapia Junguiana; o dono do blog Pet-escadas e o Aníbal, que já teve o nome citado no post sobre seu blog.
   Fico muito feliz em termos mais amigos - já são 55, agora! - e desejo que, em alguma medida, o que lerem neste blog, construído a tantas mãos, possa acrescentar algo às suas vivências pessoais... ainda que seja apenas como mera informação.
   Rogo-lhes a gentileza de que, sempre que tiverem vontade, participem, seja propondo alguma reflexão nova, seja comentando àquelas que já circularem nos posts.
   Agradeço a todos pela bondade de frequentarem esse espaço que é de todos os amigos dos amigos de Spinoza.
   Abração em todos os recém-chegados... e também - por que não? - nos mais "antigos"!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Blog do Aníbal

   Aníbal Werneck de Freitas postou um comentário no nosso Spinoza e amigos falando sobre o seu "tipo" de ateísmo. Informou-nos que era ateu para o Deus judaico-cristão, mas que seria um agnóstico em relação ao Deus de Spinoza - um deus imanente, que é a própria Natureza (embora não apenas a parte física desta).
   Aníbal está muito bem acompanhado na sua descrente-crença, pois Einstein dizia que seu Deus era o Deus de Spinoza. Se bem que o grande físico não se dizia agnóstico em relação a este deus, mas efetivamente um crente nele.
   Parabenizo Aníbal pela força de sua crença, que, conforme ele conta no comentário, fez com que criasse suas filhas "sem religião". É uma característica - penso - incomum. O que vemos mais rotineiramente é uma criação dentro de algum sistema religioso, que depois vai se tornando menos significativo, à medida que a criança começa a reconhecer que há dogmas um tanto difíceis de passarem por uma crítica mais racional. De qualquer forma, deve ter ajudado o fato de sua esposa também ser ateia. Sob esse ponto de vista, ficaria muito difícil criar um ambiente de falsa crença religiosa, apenas para "satisfazer" aos padrões sociais.
   Pede o amigo licença para divulgar, aqui entre nós, o blog onde lança suas ideias. Eu, como gosto de registrar sempre, considero que este espaço é construído por todos os que passam por aqui com interesse real nos assuntos que aparecem. Sendo esse o caso do Aníbal, faço logo a divulgação do seu blog, que é o "Dominus", podendo chegar-se até lá pelo endereço http://tucanlino-dominus.blogspot.com/ , o qual segue uma linha agnóstica, segundo nos informa o próprio Aníbal.
   Feito!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Frei Betto e Marcelo Gleiser

   Outro dia, vi a resenha do livro "Conversa sobre a fé e a ciência", que reproduzia uma conversa entre Frei Betto e Marcelo Gleiser, mediada pelo escritor - dentre outras coisas - Waldemar Falcão.
   O assunto da conversa - "fé e ciência"... e não "fé versus ciência" - é por demais interessante e, quando discutido por duas personagens tão simpáticas quanto Frei Betto e Marcelo Gleiser, então, causa mais interesse ainda.
   Somente ontem, entretanto, é que consegui achar o livro. Obviamente, comprei-o... sempre com aquele pensamento "Mesmo que não seja para ler agora...". Mas o formato do texto, num bem articulado diálogo, é muito leve, servindo até mesmo como contraponto a leituras mais "dificultosas" - e obrigatórias. Portanto, não tive escapatória, e comecei a ler o livrinho - não tão "livrinho" assim, com suas mais de trezentas páginas.
   De uma tacada só, já na cama, antes de dormir, cheguei até a página 76. Nessa gostosa introdução, os "dialogantes" contam suas trajetórias de vida. Mas a coisa anda mais próxima de uma narrativa existencial, com as angústias, dúvidas e sentimentos de cada um, do que uma biografia maçante, onde se associam datas a fatos, simplesmente.
   Surpreende um pouco, por exemplo, saber que Gleiser foi um pré-adolescente "punk" e que não era bom em matemática. Da mesma forma que saber que o pai de Carlos Alberto Libanio Christo, o Frei Betto - não seria melhor "Frei Christo"?! Rsss -, era um senhor conservador, anticlerical e simpatizante político da "Direita".
   Além de conhecer a vida pessoal das personagens principais, começamos a ter informações sobre fatos e personalidades que, por algum motivo, vão se desenrolando e aparecendo na rede de estórias que Betto e Gleiser, além do mediador, viveram.
   Gleiser, por exemplo, conta que "Einstein fala que a coisa mais emocionante que uma pessoa pode experimentar é o mistério. E ele dizia que a ciência é uma forma de devoção religiosa, no sentido de você se dedicar a algo desconhecido. Essa entrega, essa devoção que o cientista tem ao não saber, é muito importante". Uma espécie de "religiosidade científica"?!
   Como curiosidade, Betto explica que "só para ministrar dois sacramentos é preciso ser padre: penitência ou confissão auricular... e a consagração do pão e do vinho [...] Hoje em dia, até mesmo leigo pode celebrar casamento, desde que delegado pelo bispo. Pode também celebrar batizado ou dar a unção dos enfermos". Depois completa que "Crisma, não, só sendo padre ou bispo".
    Antes de prometer escrever mais sobre o livro, quero registrar que o mesmo foi publicado pela Editora Agir, agora em 2011, e que segue a outro na mesma linha, "Conversa sobre o tempo", onde dialogam Luís Fernando Veríssimo e Zuenir Ventura, mediados por Arthur Dapieve - que deve ser bastante interessante, também!