sexta-feira, 15 de abril de 2011

Blog do Aníbal

   Aníbal Werneck de Freitas postou um comentário no nosso Spinoza e amigos falando sobre o seu "tipo" de ateísmo. Informou-nos que era ateu para o Deus judaico-cristão, mas que seria um agnóstico em relação ao Deus de Spinoza - um deus imanente, que é a própria Natureza (embora não apenas a parte física desta).
   Aníbal está muito bem acompanhado na sua descrente-crença, pois Einstein dizia que seu Deus era o Deus de Spinoza. Se bem que o grande físico não se dizia agnóstico em relação a este deus, mas efetivamente um crente nele.
   Parabenizo Aníbal pela força de sua crença, que, conforme ele conta no comentário, fez com que criasse suas filhas "sem religião". É uma característica - penso - incomum. O que vemos mais rotineiramente é uma criação dentro de algum sistema religioso, que depois vai se tornando menos significativo, à medida que a criança começa a reconhecer que há dogmas um tanto difíceis de passarem por uma crítica mais racional. De qualquer forma, deve ter ajudado o fato de sua esposa também ser ateia. Sob esse ponto de vista, ficaria muito difícil criar um ambiente de falsa crença religiosa, apenas para "satisfazer" aos padrões sociais.
   Pede o amigo licença para divulgar, aqui entre nós, o blog onde lança suas ideias. Eu, como gosto de registrar sempre, considero que este espaço é construído por todos os que passam por aqui com interesse real nos assuntos que aparecem. Sendo esse o caso do Aníbal, faço logo a divulgação do seu blog, que é o "Dominus", podendo chegar-se até lá pelo endereço http://tucanlino-dominus.blogspot.com/ , o qual segue uma linha agnóstica, segundo nos informa o próprio Aníbal.
   Feito!

10 comentários:

Clara Maria disse...

Pois é…quando li o comentário fiquei, como por aqui se diz” com a pulga atrás da orelha”, sobretudo porque me intitulo agnóstica. Gostei do que li. A leitura foi leve e interessante.
Continuo sem tempo para dedicar a leituras, a não ser de teatro, por gosto e necessidade, mas digamos que o tempo que “perco” a ler os posts do Ricardo e os comentários de seus amigos é bem “gasto”.
Obrigada e um abraço.
Maria

tucanlino disse...

Ricardo, quero lhe agradecer mais uma vez pelo carinho em divulgar meus blogs, quero, também, deixar bem claro, como cheguei ao agnosticismo, não foi dum dia pra noite, sou de família católica, estudei num seminário pra padres, saí dele e ainda cheguei a casar na Igreja, depois, pouco a pouco, fui me afastando da religião, por não aceitar um Deus transcendente, algo que eu não consigo entender. Frei Betto, confessou numa entrevista recente, que tinha o mesmo problema e só encontrou a solução no Deus imanente, Ele não está lá e eu aqui, Ele está em mim, Afirmou. Sempre gostei muito de ler, por isso mesmo, acabei trocando os profetas pelos filósofos como Schopenhauer, Nietzsche, Sartre... eu os acho mais convincentes, mais honestos e, por falar em honestidade, coisa rara hoje em dia, prefiro ser assim, digamos, agnóstico, porque me sinto mais coerente comigo mesmo. Todavia, confesso que o Deus espinozano é algo que me preocupa.
Para a Clara Maria, tomo liberdade e digo, Não fique com a pulga atrás da orelha não, o ser humano é assim mesmo, complicado, porque o nosso espírito é formado de infinitos infinitos.
Abraços,
Anibal Werneck de Freitas.

Clara Maria disse...

O mesmo não posso eu dizer… Também fui educada pelos ideais católicos, fui baptizada, crismada e sei lá que mais. Um dia estava na missa de domingo( quase a única “diversão” na aldeia onde nasci e cresci) quando achei incoerente a minha postura…Só voltei à igreja em situações muito especiais e entre elas não está o meu casamento que não teve a igreja como pano de fundo, nem o baptizado da minha filha que até hoje (com 18 anos) continua sem tomar essa opção sobretudo morando no cenário onde vivemos.
De qualquer maneira não tenho nem a vossa vivência, nem a vossa cultura rotulando-me (embora deteste rótulos) de agnóstica sendo-o mais por ignorância do que por convicção. Neste momento estou numa espécie de torpor, agarrada à desculpa da velha “falta de tempo” que vai servindo para tudo.
Aníbal espreitei o seu blog e gostei.
Um abraço
Maria

Anibal Werneck de Freitas disse...

Ricardo,
tenho um novo blog, naturapessoas.blogspot.com, você, certamente, vai gostar, vai sentir que no fundo sou, também, um spinoziano incorrigível, apesar do meu agnosticismo tenaz, você sabe, professor de História, se não é comunista, é ateu, ou as duas coisas, a propósito, fui até a livraria e comprei a Ética de Spinoza, estou devorando o livro, realmente, o Spinoza é sui generis.
Aproveitando o ensejo, quero deixar um recado para a Clara Maria,Clara Maria, faça um comentário no meu blog, agora tem mais um, o citado acima.
Abraços,
Anibal.

Ricardo disse...

Querida Maria:
Tu bem sabes o quanto aprecio tua presença neste nosso espaço. Cá entre nós, Spinoza, quando visse o nome "Clara Maria" escrito no seu blog, tremeria de paixão. Rsss. Mas quem mandou ele ser parvo o suficiente para deixar o Kerkering levar-lhe a rapariga? Rsss.
Espero, do fundo do coração, que realmente sempre tenhas um tempinho para "gastar" com esse amigo de além-mar. E, agora, com a descoberta do blog do Aníbal, que também possas dar-lhe essa alegria que é tua presença lá.
Abraços.

Ricardo disse...

Querido amigo Aníbal:
Comigo foi um pouco diferente o percurso. Também comecei como católico. Mas, já jovem, senti um desconforto com um Deus meio ausente, que permitia algumas coisas estranhas - pelo menos, segundo o meu ponto de vista. Aproximei-me, por influência materna, de um certo Espiritualismo... sem me encantar muito. Migrei, finalmente, para o Budismo - primeiro uma determinada escola, depois outra. Pensei ter me achado... mas a Filosofia foi ganhando espaço nas minhas reflexões e suscitando questionamentos mais profundos sobre as religiões - inclusive o Budismo, se é que se pode "rotulá-lo" devidamente de religião.
Acabei por aderir à concepção spinozana de mundo, com todo o seu suporte metafísico, inclusive um "Deus-Substância"... que eu prefiro, ainda, tratar só como Substância, para evitar a "aderência" involuntária de conceitos teológicos... coisa que o próprio Spinoza não fez. E se não fez, foi porque teve seus motivos.
De qualquer forma, a pertinência de um "holismo" - no sentido menos New Age possível -, que reúne, de alguma forma, todas os entes da Natureza - no seu sentido mais amplo - parece-me uma coisa absolutamente certa... à qual Spinoza nomeará justamente de imanência.
Quanto ao seu outro blog, em breve farei uma visita.
Quanto ao "ateísmo", faço a ressalva de que, em tese pelo menos, todo mundo que não crê no Deus da ortodoxia cristã é considerado ateu. Não é necessariamente, portanto, uma descrença em "Deus" que recebe esse rótulo, mas, digamos, em uma concepção específica de "Deus". Em relação a esta, certamente sou radicalmente ateu.
Obrigado pela participação e grande abraço.

Anibal Werneck de Freitas disse...

Meu amigo Ricardo,

Não lhe conheço pessoalmente, mas, interessante, você passa bons fluidos, eu sinto isto, é muito bom ser assim, é sinal de autenticidade, é como uma água saindo de uma bica, flui naturalmente, seu blog é transparente, parabéns.
Acima de acreditar ou não em Deus, está a vida, que deve ser vivida com a liberdade de pensar, somos seres que pensa, por isso mesmo não devemos aceitar as coisas prontas, temos que questioná-las. Quero lhe deixar a par de que agora tenho 12 blogs, todavia, vou parar por aí, prometo. Pois bem, deste modo, quero lhe convidar pra visitar mais um e, gostaria muito da sua opinião sobre o tema abordado nele, seu nome, DNA, ou seja, Determinismo, Natureza Autômata e o seu endereço é, dna-tucanlino.blogspot.com,
Aguardo sua visita e o seu comentário, porque isto é muito importante pra mim.
Um abraço,
Anibal Werneck.

Clara Maria disse...

12 blogs, Aníbal??!!Xiiiiiiiii…Porque não condensa tudo no mesmo??!!Acaba por ser muito disperso, ou estarei errada? Até para nós que espreitamos neles. Já fiz visitas fugazes em 3 e acabo por já nem saber quais são. Os temas não me parecem ser assim tão diferentes e mesmo que fossem o ser humano é assim tão homogéneo? Não será na diversidade que nos definimos e nos encontramos?
Engraçado fiquei com a ideia que o senhor é ainda mais inquieto que eu. Será por ser nossa formação académica igual? Minha formação também é História sim, se bem que a minha paixão seja teatro. Sou uma mulher de grandes paixões embora muitas vezes ligue o piloto automático e me deixe levar por ele.
Quanto ao Ricardo…bingo!!!
Os epítetos são imensos o que mais admiro nem é a sua enorme inteligência , sagacidade ,espírito crítico, mas o facto de ser a pessoa mais íntegra que já alguma vez conheci. Sim…realmente só o conheço daqui, nunca o vi , nem nada disso, até porque um enorme mar nos separa, mas já há tantos anos que o leio que posso afirmar isso.
Bom resto de fim de semana
Abraço
Maria

tucanlino disse...

Clara Maria, depois de um longo e tenebroso inverno, aqui estou para lhe dizer que acatei a sua ideia de reduzir meus blogs, só para o seu controle, são apenas sete agora. Pelo endereço, esdobao.blogspot.com.br, você se chega aos outros, sendo assim, aguardo uma visitinha sua e, a propósito, você ainda se lembra de mim? Outra pergunta, você tem Facebook?

Ricardo disse...

O Aníbal é realmente um sujeito supercriativo, tanto assim que, mesmo reduzindo os espaços de materialização dessa criatividade, ainda consegue preencher sete blogs. Invejo esse rapaz. Rsss.
Grande abraço, Aníbal.