quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Blogs do Além

   Depois da dica de uma amiga, fui conhecer o "Blogs do Além". A ideia do blog é a seguinte: um "medium", chamado Vitor Knijnik, recebe o espírito de algum famoso pensador, escritor, filósofo, etc., e produz um blog desta "entidade". Portanto, temos "Blog do Freud", "Blog do Sócrates", "Blog do Mozart", etc. e tal. - todos escritos na primeira pessoa, como se quem posta fosse o próprio. Dos filósofos que vi, há citações de frases deles, e depois um comentário feito pelas próprias "entidades".
   Vale a pena conhecer o blog. O único ponto negativo é não haver Spinoza escrevendo seu próprio blog. Rsss.
   O endereço é http://www.blogsdoalem.com.br/pt/Search.aspx?q=S .

Notas [Dez] Filosóficas!!!

   Ontem, tivemos o último "Notas Filosóficas" do ano. Motivo de felicidade, por um lado, já que reencontramos os amigos, o Silvério, a Faiga, e todos os demais, mas também de infelicidade, por só voltarmos a nos reencontrar no próximo ano.
   Eu sempre vou ao "Notas" sabendo que assistirei a algo interessante... e novo. A "dupla dinâmica" - Silvério e Faiga - sempre se supera. Não sei como funciona exatamente o processo de criação do evento, mas o resultado final é espetacular. 
   Se a superação do visto anteriormente virou regra, cada vez o trabalho da "dupla" é maior. Mas, eles não precisavam exagerar. Dessa vez, a "surpresa" apresentada foi demais.
   Além da Filosofia, propriamente dita - que foi um mix do ocorrido ao longo do ano -, tivemos simplesmente música ao vivo e, por fim, uma apresentação de dança. 
   Caramba... Esse literalmente foi um "show"de Filosofia.
   Parabéns a toda a equipe que produz o "Notas", aos que aparecem e aos que estão "por trás das cortinas".
   Impossível, entretanto, não fazer uma menção especial ao Silvério, que "costura" com mestria música e Filosofia, e que, nesse último encontro, encadeou maravilhosamente os assuntos que foram apresentados ao longo do ano.
   

terça-feira, 27 de novembro de 2012

O sujeito

   Qualquer manual de Filosofia registra que a "subjetividade" é uma categoria que pertence à Modernidade. Insiste-se em dizer que, não diz respeito à Filosofia Clássica tratar do "sujeito"; que o "indivíduo" era absorvido pelas considerações da polis, etc. e tal. Tudo lido e absorvido por um bom aluno - no caso, eu - fica a seguinte pergunta heterodoxa: É mesmo assim?
   Outra informação dos manuais parece contradizer essa: quando se trata das filosofias helenistas, diz-se claramente que, esgotado o modelo da polis, essas filosofias fizeram o homem olhar para dentro de si, buscando sua liberdade em seu interior, e não mais no meio social, exterior a ele mesmo. Ora, essa dimensão interior já não tinha ares de "sujeito", de "eu"?
   É certo que se admite, em alguma medida, que Santo Agostinho, ao propor o seu próprio cogito, teria abordado a questão da subjetividade. Isto também está nos manuais.
   Depois, lemos - ainda nos mesmos manuais - que Montaigne inclui o "eu" na sua filosofia, inaugurando um modelo - inclusive de escrita, com os Ensaios. 
   Mas eu pergunto, ainda que ouvindo ecos das respostas que me foram dadas sobre o "anacronismo de lançar categorias posteriores sobre pensamentos anteriores": É possível ler Ética a Nicômaco, ignorando a dimensão da subjetividade que há ali? Será essa uma leitura completamente honesta?
   É lógico que ir contra uma "verdade estabelecida" é meio complicado. Para isso, há que se ter cuidado, passeando pelos textos  e revirando-os, a fim de verificar se a tese contrária a da "tradição" tem algum fundamento factual.
   Em certa medida é o que tenho feito, estabelecendo uma certa prioridade a esse assunto em minha pesquisa atual. É verdade que estou "contaminado" com a "falta de ingenuidade" de quem já leu Freud - o que pode ser considerado um problema para os "puristas" da Filosofia. Mas eu não quero simplesmente "enfiar" o sujeito freudiano na Filosofia; quero, sim, entender o sujeito, considerando também a possibilidade de utilizar ferramentas disponíveis fora do mundo considerado estritamente filosófico.
    Mas não quero começar por aí. Quero iniciar identificando na Antiguidade a presença da subjetividade... e não simplesmente do indivíduo ou da pessoa.
   No livro A Consciência - do Corpo ao Sujeito, de André Simha, em um trecho onde ele trata da "questão moderna do sujeito", há uma passagem que diz "Não se deve subestimar, porém, a riqueza das análises psicológicas produzidas pela filosofia do agir ético dos filósofos antigos (Platão, Aristóteles, os estoicos particularmente)". Embora ele diga, logo em seguida, que há uma perspectiva diferente sobre esse assunto, naquela época: "Mas essas análises dependem de uma antropologia filosófica determinada pela situação cósmica e política da alma".
   Obviamente, há que ser consideradas as circunstâncias filosóficas - e mesmo culturais - de cada tempo, mas que há, pelo menos, "indícios" de que, ainda que em gérmen, o conceito de "sujeito" já me parece pertencer à Filosofia Ocidental há muito, isso parece.
   Três livros que parecem ajudar a pesquisa são Breve História da Alma, de Luca Vanzago; A fragmentação da cultura e o fim do sujeito, de Rogério M. de Almeida, e Metamorfoses do sujeito, de Edouard Delruelle. Os dois primeiros são publicados no Brasil, pela Edições Loyola; enquanto o último português, do Instituto Piaget.
   Quem quiser colaborar com a questão...

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Breve Tratado

   Gosto sempre de registrar os lançamentos de livros ligados ao nosso querido filósofo holandês. Mas, atrasado como tenho estado ultimamente, deixei de escapar um: Breve tratado de Deus, do homem e do seu bem-estar. 
   O livro foi publicado em capa dura, pela Autêntica - nos mesmos moldes da recente edição bilíngue da Ética. Em vez, entretanto, da capa azul, agora, tivemos uma "abóbora"... até onde minha paleta de cores mentais permite definir.
   Ao contrário da edição da Alianza Editorial, a versão espanhola do livro, não foram incluídos o "Cálculo algébrico do arco íris" e o "Cálculo de Probabilidades". É uma questão de opção editorial, visto que os livros são anônimos. Mas eu acho que poder-se-ia aproveitar o lançamento de mais uma obra spinozana em Português e deixar registrados esses textos, ainda que de origem duvidosa - desde que isso fosse destacado, como o foi na versão espanhola.
   A única coisa da qual eu particularmente não gostei foi a opção da Autêntica em registrar como autor do livro "Espinosa" - aos moldes do que sempre faz nossa querida Marilena Chauí, que, a propósito, escreve o Prefácio. Achei, com todo respeito à escolha, que foi um passo atrás da editora. Se já havíamos caminhado, com a publicação por eles mesmos, para a grafia internacionalmente reconhecida no nome de Spinoza, por que voltar a esse modo de escrever? Há aqueles que escrevem até "Espinoza", o que eu, apesar de rejeitar, compreendo, visto que há registros assim em documentos da época. Mas "Espinosa"??? Aí, é muito esquisito. 
   Há que se ressaltar que até a publicação portuguesa do Luís Machado de Abreu, Spinoza - a utopia da razão, adotou a grafia mencionada por mim. E ele dedica um anexo a essa questão, apresentando as variantes "Despinoza", "Spiñoza", entre outras. É fato que há "spinosa" (palavra latina) e "espinosa" (palavra espanhola), mas, por que adotar a versão espanhola da palavra, em se tratando esta vinculação a um possível passado distante da família, que não é reconhecido pelo próprio autor - bastando atentar-se ao BDS do seu selo, provando sua aceitação do "Spinoza"?
    Disso, confesso, não gostei.
   De qualquer forma, aplausos para a publicação de mais uma obra deste maravilhoso pensador no nosso tão especial Português.
   

78...

   Vejo que mais um amigo se juntou a nós. Agora, somos, então, 78.
   Fico agradecido ao novo amigo que, mesmo com a desatualização do blog, resolveu se juntar aos outros.
   Gostaria de convidá-lo a participar, enviando suas opiniões - sem o sentido de doxoi, aqui. Rsss - sobre os posts, ou gerando conversas sobre temas específicos, se julgar pertinente.
   Seja bem vindo, e grande abraço.

"Gigantes" também se enganam

   Já há algum tempo, adquiri o livro "Introdução a Schopenhauer", de Adolphe Bossert, publicado no Brasil pela Editora Contraponto.
   Embora se trate de uma obra originalmente antiga, a versão brasileira é deste ano. 
   As mais de trezentas páginas são muito bem divididas em pequenos artigos, cada um contendo cerca de dez a quinze páginas. Há um tanto da história pessoal de Schopenhauer e um outro tanto da doutrina desse grande metafísico, inclusive com citações diretas dos seus textos. Tudo é apresentado em um estilo elegante  e claro. Ótima dica de leitura, portanto.
   O título do post, que se refere ao engano de "gigantes", não diz respeito ao autor do livro em questão, mas ao próprio Schopenhauer.
   Numa passagem de "O Mundo como Vontade e  Representação" - mais especificamente no Livro IV, § 55 -, o "gigante" alemão escreve: "A vontade tem sido considerada  um ato do pensamento; tem sido identificada ao juízo: foi o que fizeram, por exemplo, Descartes e Spinoza".
   É interessante verificar que Schopenhauer identifica, nesse aspecto específico, dois pensadores bem pouco similares nisto. Não podemos esquecer que Spinoza apela ao termo "vontade" como o "conatus" que se refere apenas à alma - com todos os problemas que essa afirmação possa causar -, e não como um "juízo".
   Bom foi verificar que o livro em questão, apesar de não se propor a comparar as doutrinas de Schopenhauer com as de nenhum outro pensador, registra o "engano" do alemão. Em nota, está dito: "A afirmativa é inexata pelo menos quanto a Spinoza; cf. Introdução de Princípios da filosofia cartesiana".
   Há que se reconhecer, entretanto, que o que vem a seguir, na citação direta de Schopenhauer, apresenta alguns pontos de aproximação com o pensamento spinozano. Mas se trata de uma aproximação que parte de um pressuposto enganoso, suportando conclusões obviamente inseguras. 
   Mas o que chama mais atenção é a apresentação da posição do filósofo alemão, em contraponto com o que ele chama de "toda a antiga maneira de ver". Nesta apresentação, vemos que Schopenhauer simplesmente repete Spinoza, mesmo pretendendo refutar a concepção do holandês.
   Vejamos o texto:
   "Posto na presença de algo, ele [o homem] começaria por reconhecê-lo como bom, após o que o desejaria - ao passo que, de fato, ele o deseja inicialmente, e em seguida o declara bom. Em minha opinião, toda a antiga maneira de ver é o contrário da verdadeira relação entre as coisas".
   Percebe-se que Schopenhauer inicia apresentando a posição que pretende refutar - supostamente a de Spinoza também -, para concluir exibindo, logo após o "ao passo que, de fato", seu próprio pensamento, que não é outro que o do holandês, ou seja, de que o homem não deseja algo porque ele é bom, mas o diz bom, justamente porque o deseja. 
   Se até os "gigantes" se enganam, o que direi eu, que sou apenas um "anão"?

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Hoje, dia 21.

   Justamente hoje, no dia do meu aniversário, aconteceu, no seio de nossa família, um fato a se lamentar: faleceu, aos mesmos 47 anos que eu comemoraria neste dia, meu cunhado. Obviamente, não houve festividades.
   
   
   

Falando em dias comemorativos...

   O mês de novembro tem outros dias importantes a serem comemorados. O próprio dia 15 de novembro é o da Proclamação da República. Temos ainda o Dia da Bandeira (19), o Dia da Consciência Negra (20) e o Dia de Arariboia (22) - este último, aliás, festividade apenas municipal.
   Em meio a essa profusão de datas comemorativas, ainda há o meu aniversário, dia 21. Mas a data que mais interessa neste nosso espaço é o dia 24 de novembro, no qual nasceu nosso querido filósofo Baruch Spinoza, o Bentinho.
   Vários "vivas"!!!!

Dia Mundial da Filosofia

   A famosa "terceira quinta-feira do mês de novembro" passou, e eu nem registrei a felicidade em termos um Dia Mundial da Filosofia.
   Certamente, nosso querido Spinoza se revirou no túmulo, lá em Haia. Mas, como sempre fazem aqueles que conhecem a minha "deslembrança" com datas, deve ter me perdoado.
   Como ainda estamos dentro do mês de novembro... ainda vale o registro.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Tetracampeão!!!

  O compadre costuma dizer - com absoluta razão - que eu não atualizo este espaço com a devida velocidade. 
   Confirmando a tese, quero registrar minha felicidade - completamente atrasado... o registro, e não a felicidade - pelo meu querido Fluzão ter se sagrado tetracampeão nacional com três rodadas de antecedência.
   O atraso foi tão grande que acabamos perdendo um jogo, neste último final de semana. Mas foi um jogo tão atípico, que a torcida tricolor, animadíssima, mesmo perdendo por 2 a 0, divertia-se gritando "Olé!".
   Tetracampeão!!!!
   E neste nosso espaço filosófico, comemoramos o campeonato tricolor!
  Mas eu, como bom spinozano, tenho que estar preocupado com aquilo que aumenta a minha "potência de existir" - nesse caso, a vitória do Flu.