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Se imaginarmos que o liberal, em seu sentido clássico, quer um Estado mínimo, não descartamos desta linha um "liberal igualitário", como John Rawls, por exemplo, que admite uma certa ingerência estatal a fim de garantir direitos sociais considerados essenciais. É lógico que, neste caso, o "Estado Mínimo" já não será tão mínimo assim.
Antes de falar do "libertário", façamos uma pequena digressão em relação ao termo "liberal".
Na Europa, "liberal" tem mais a conotação positiva de alguém preocupado com as liberdades individuais, enquanto nos EUA há uma visão negativa em relação ao termo, como se este representasse alguém que tem menos cuidado com o dinheiro dos impostos ao dar-lhe um destino mais social que retributivo, ou seja, define alguém que preza mais o aspecto social que o individual.
Dito isto, podemos passar ao "libertário" como uma definição que leva em conta uma oposição ao "liberal" neste sentido "americano" do termo. Se o liberal aceita a aplicação social dos tributos, o libertário a rejeita.
Assim define Will Kymlicka o "libertarismo", em Filosofia política contemporânea:
"Os libertários defendem as liberdades do mercado e exigem limitações ao uso do Estado para a política social. Portanto, eles se opõem ao uso de esquemas de tributação redistributiva para implementar uma teoria liberal de igualdade. [...] Portanto, não há nenhuma educação pública, nenhuma assistência médica pública, transporte, estradas nem parques. Todos eles envolvem a tributação coerciva de algumas pessoas contra a sua vontade [...] [e] a única tributação legítima é a que se destina a levantar receitas para manter as instituições de fundo necessárias para proteger o sistema de livre troca - por exemplo, o sistema de polícia e o de justiça [...]"
Só falta o "neoliberal"...
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