Voltando à questão dos não-eleitores, trago dados específicos para pensarmos.
Em Niterói, cidade próxima à capital do Estado do Rio de Janeiro, e que já foi capital no passado, as eleições de 2004 e 2008 contaram com 22% de abstenções, votos nulos e votos brancos. Já em 2012, esse número subiu para 34%, e, agora em 2016, nova subida para 40%.
Em relação a estas duas últimas eleições, há uma curiosidade maior. O número de abstenções quase foi o mesmo nas duas eleições - 82.749, agora, e 82.779, em 2012. Como a base de eleitores caiu, de 382 mil para 370 mil, percentualmente houve um aumento nas abstenções, embora nominalmente elas tenham caído. Mas o dado mais interessante é o aumento, até nominal, dos nulos e brancos - de 48 mil, em 2012, para 65 mil, agora em 2016. Ou seja, aumentou em aproximadamente 35% o número de pessoas que só foram às urnas para dizer que não queriam nenhum dos dois candidatos à Prefeitura no segundo turno.
Tá aí... esse me parece um modo mais cidadão de indicar o descontentamento: ir e dizer "Não voto em nenhuma das opções!". Em termos práticos, nenhum dos três (o das abstenções, dos nulos e dos brancos) é eleitor e alguém segue sendo escolhido para o cargo, mas simbolicamente me parece muito mais representativo cumprir o direito/dever de ir ao local de votação e registrar "por escrito" seu descontentamento.
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