Leandro Narloch escreveu na Folha de S. Paulo, em agosto do ano passado, sobre o lugar do nazismo na usual classificação "direita-esquerda".
Sabemos que o nome do partido nazista era Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães... logo, os nazistas eram "socialistas". Portanto, eram de esquerda.
Mas... eles eram inimigos da URSS, combatendo o socialismo... logo, eram de direita.
Ué... ficou confuso.
Vamos ao que explica Narloch.
"[...] algumas propostas do nazismo, principalmente no início do movimento, têm toda a cara da esquerda. A primeira plataforma do Partido Nazista, publicada em 1920, defendia reforma agrária, divisão dos lucros de indústrias pesadas, estatização de grandes lojas de departamento, proteção social na velhice e proibição do rentismo e do trabalho infantil".
Mas...
"Hitler [...] não ligava para a igualdade, o principal valor da esquerda. Pelo contrário, a teoria dos nazistas se baseava na desigualdade - os mais fortes (para eles, os arianos) deveriam vencer e dominar os povos inferiores".
Hitler não era um conservador, tanto que revolucionou a Europa com suas conquistas... mas também não era um liberal, dando destaque ao indivíduo, porque "O fasci, feixe de varas que deu nome ao fascismo, representa a ideia de que 'juntos somos mais fortes'. Assim como o comunismo, o fascismo e o nazismo eram ideologias coletivistas".
O final do artigo explica que:
"O ambiente político do começo do século XX se dividia entre democratas liberais e revolucionários anarquistas ou socialistas. O fascismo e seu correspondente alemão [o nazismo] surgiram como uma novidade que transcendia ideologias tradicionais [...]. Não eram comunistas nem liberais: admitiam o capitalismo, mas um capitalismo submetido aos interesses do Estado, do coletivo".
Conclusão:
"Os nazistas não eram nem de esquerda nem de direita: era a terceira via dos anos 1920".
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