sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Já estamos quase no Notas de novembro

   Já estamos chegando próximo ao Notas Filosóficas de novembro, e eu nem registrei como foi nosso último encontro. Espero que o Silvério e a Faiga desculpem essa minha falta. Aproveitando, entretanto, um tempinho "disponível", quero comentar como foi o Notas de outubro.
   Primeiramente, há que se dizer que o quórum está aumentando "perigosamente". Explico-me. O evento é tão bom, que o número de pessoas presentes está tornando o espaço físico reduzido. E a equipe da Faiga tem que se desdobrar em "criar" espaços para acomodar o pessoal.
   Nem é preciso dizer o quanto deve ser legal para o professor Silvério e para a organizadora Faiga perceberem que seus esforços envolvendo a divulgação da Filosofia estão dando frutos e sendo reconhecidos.
   Mas, voltemos ao evento.
   Desta vez, além do compadre Paulo, consegui "arrastar" minha esposa. Na verdade, estou sendo pretensioso; quem a "arrastou" foi principalmente o Gonzaguinha. Afinal, era ele o artista que "apoiaria" a apresentação do Silvério.
   A ida de minha "senhora" foi bastante apropriada - não estou me referindo ao seu "encontro" com um velho ídolo, o Gonzaguinha, mas à possibilidade de ouvir a palestra sobre a própria Filosofia.
   O Silvério é sempre feliz nos seus exemplos e nos "links" que faz com filmes. Um deles foi "O show de Truman", com Jim Carrey.
   O comentário de nosso Silvério dizia respeito ao trecho em que a personagem de Carrey percebe a queda de um holofote que faz a iluminação de shows e estranha o fato. Os diretores daquela espécie de "Big Brother", da qual a personagem de Carrey participa sem saber, veem as imagens e decidem contornar a situação. Fazem, então, ser veiculada na estação de rádio que o infeliz manipulado ouve uma notícia explicando que o tal holofote caiu de um avião. Tomando isso como uma explicação plausível - um holofote cair de um avião??? -, nosso amigo continua a viver "sua" vida.
   A ideia era expor o nível de crítica do senso comum a respeito da realidade.
   Gostei do exemplo... e fiquei com ele na cabeça.
   Bem... foi tudo ótimo. Ah... esqueci de dizer que a "filhota" também foi. Quem sabe, no futuro, a menina cursa Filosofia também?
    O Notas de novembro promete. Segundo Silvério e Faiga, haverá um "revival" dos melhores momentos do ano.
   Agora, voltando ao exemplo do "Show de Truman".
   Poucos dias depois, estava eu lendo "Absolu et choix", de Jean Grenier. Essa leitura é fruto de minha "ideia fixa" de crítica ao conceito de "liberdade". O livro começa assim: "O problema da liberdade tem sido posto e resolvido sob perspectivas diferentes, a psicológica, a moral, a teológica e a científica. Nós a pomos aqui sob a perspectiva ontológica, partindo da ideia de Absoluto". É... dá água na boca, não é? Rsss. Obviamente, não há possibilidade de discutir o tema "liberdade", ainda mais partindo, como diz o autor, do "Absoluto", sem tocar no nome de Spinoza... e é isso o que acontece no livro.
   Mas por que eu estou falando isso? Eu explico!
   O livro indica, em determinado momento: "O filósofo não se resigna; ele protesta contra o real, e sua explicação do mundo, mesmo se ela concorda com a do sábio, é muito diferente, pois ela não é uma simples explicação, mas uma justificação".
   É interessante observar que Platão dizia que nem os ignorantes nem os sábios precisam da Filosofia, só esses "seres intermediários" que somos nós. Provavelmente, no caso do "Show de Truman", nem ele se valia da Filosofia, pela sua ingenuidade, nem os diretores, pelo seu excesso de confiança de que eram os "sábios", quando, talvez, na realidade, fossem apenas mais outras engrenagens no esquema de manipulação midiática.
   Ah... uma última colocação. O roteiro do evento continha uma série de trechos de poesias de Alberto Caeiro. Não pude deixar de perguntar o porquê da presença de um poeta - ou heterônimo - tão avesso ao filosofar - no sentido de especular sobre a realidade -, um legítimo sensualista, quando a proposta é justamente este pensar filosófico. Ao que Silvério respondeu que era justamente para provocar o pensar.
   Ponto para ele!

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