No último domingo, um programa da TV Globo, o "Fantástico", apresentou duas matérias que me deixaram "mexido".
A primeira dizia respeito à violência que se comete contra as mulheres na Índia. Sempre ouvimos falar dos estupros - até coletivos -, mas o excesso de casos de ácido lançado contra as mulheres... e, principalmente, a falta de punição para os culpados, deixou-me chocado. Fotos de algumas moças com o rosto deformado foram apresentadas. Mas o caso mais grave de ataque, em que a jovem, de apenas quatorze anos, ficou com o rosto completamente desfigurado, teve que proteger os telespectadores da força da imagem, "embaçando" o rosto da moça. A situação era tão severa que a jovem tinha que utilizar uma espécie de canudo nas narinas, que se fecharam com a deformação, a fim de poder respirar. A própria repórter se emocionou tanto que chorou, durante a entrevista.
O único aspecto positivo da reportagem foi a informação de que as leis contra esse tipo de crime foram modificadas e que, pela primeira vez, houve uma condenação para um homem que fez isso.
Chamou atenção, porém, um fato muito triste. O advogado que defende a moça considerou que parte da culpa era dela. Ou seja, aquela velha ideia machista de que o homem que agride uma mulher o faz por conta de ela ter dado motivos. Algo parecido foi sugerido em uma pesquisa, aqui no Brasil - embora, depois, indicou-se que havia um engano nos dados apresentados -, que registrou que, no caso de estupros, é a mulher que "provoca" o estuprador, seja usando roupas curtas, seja se insinuando, através de gestos.
Absurdo total!
Voltamos à questão da existência de valores mínimos a serem compartilhados universalmente.
Depois comento a outra matéria.
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