Vale destacar, antes de tudo, que há pessoas que se revoltam quando se fala em "raças" no que se refere a seres humanos. Estas pessoas indicam que só há uma "raça humana", não fazendo sentido, portanto, a distinção entre caucasoide, negroide ou mongoloide.
A questão é que, para a Sociologia, o que importa não é a precisão biológica do conceito de "raça", e sim seus efeitos na realidade social.
Ora, se pessoas são discriminadas em função de alguma característica que possuem, e se esta característica compõe um campo conceitual que se pode chamar de "raça", então, esta ideia merece ser estudada pela Sociologia.
Para melhorar a precisão daquilo de que estamos falando, vale lembrar que "raça", sociologicamente falando, indica um conjunto de características físicas que são utilizadas para agrupar - como sempre, arbitrária e subjetivamente - determinados indivíduos.
Não devemos confundir esse conceito com o de "etnia", que se vale mais de aspectos culturais para realização do tal agrupamento. Sem deixar de reconhecer, obviamente, que alguns desses aspectos culturais podem ser tradicionalmente associados a indivíduos com determinados traços físicos que evocam uma determinada raça.
Assim, para alguém leigo no assunto, duas pessoas de pele de cor preta, com cabelos cacheados e determinadas traços fisionômicos podem ser categorizadas como pertencentes à mesma "raça negra", quando elas se oporiam a esta pretensa "igualdade" entre elas, por pertencerem a etnias diferentes - isto é, por terem referências históricas distintas, bem como costumes, valores, ideias e tradições diversas... até antagônicas, segundo suas concepções individuais.
Para "apimentar" ainda mais o assunto, devemos nos recordar que, há pouco tempo, levantou-se a hipótese de se estar cometendo xenofobia e "racismo" tratar o coronavírus como "vírus chinês". Mas essa é outra estória.
Continuemos com nossos "racismos", que já vão se provar mais de um, em breve...
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