quarta-feira, 8 de junho de 2022

Intolerância à lactose

 
   Uma pesquisa rápida na internet demonstrou algo que questionei no post anterior: a quantidade de pessoas com intolerância à lactose. Imaginei que o "mais da metade", no que se referia à quantidade de pessoas com essa deficiência, fosse muito. 
   Mas...
   "[E]stima-se que no mundo 60% a 70% da população apresente algum nível de dificuldade de digestão da lactose".

Fonte: https://www.uol.com.br/vivabem/colunas/danta-senrra/2019/11/30/intolerancia-a-lactose-e-mais-comum-do-que-se-imagina-saiba-mais.htm

Leite para adultos

 
   Dessa, eu não sabia...
  Um dos argumentos mais comuns para tentar tirar o leite da dieta dos adultos humanos é de que este item seria antinatural, já que, dentre os mamíferos, só os homens continuariam a ingerir leite após o desmame.
   Li, hoje:
   "Os primeiros humanos não conseguiam diregir leite após o desmame. Mas cerca de 7.500 anos atrás surgiu um novo gene em uma tribo de criadores de gado que vivia entre os Balcãs e a Europa central. Isso permitiu que continuassem digerindo a lactose - o açúcar encontrado no leite - até a idade adulta. [...] Mas esse gene [...] não é encontrado em mais da metade da população mundial, que continua intolerante à lactose".
   Não sei se a proporção dos intolerantes à lactose é tão grande. Mas, em alguma medida, pareceu-me uma "vantagem" evolutiva de parte da humanidade ter mais essa fonte alimentar. Então, para quem não tem a disfunção... Viva o café com leite!

Fonte: CROFTON, Ian. 50 ideias da história do mundo que você precisa conhecer. São Paulo: Planeta, 2016

Dois livros interessantes

 

   Concluí a leitura de dois livros interessantes, embora pequenos e leves.
   O primeiro é do polêmico Luiz Felipe Pondé, chamado (In)Felicidade para corajosos, publicado pela Editora Planeta, em 2021.
   O segundo é História da Psicologia sem as partes chatas, de Joel Levy, publicado pela Editora Cultrix, em 2016
   Tanto o de Pondé quanto o que tem a Psicologia como tema parecem fazer parte de uma série. Assim é que Pondé tem o Filosofia para corajosos, o Espiritualidade para corajosos, o Amor para corajosos... e talvez alguns outros "para corajosos".
   Já o outro é acompanhado por Filosofia sem as partes chatas, História do mundo sem as partes chatas e até História do sexo sem as partes chatas - e sexo lá tem partes chatas? Rsss.
   Gostei de ambos. 
   Pondé, no seus estilo provocativo, trata da felicidade, mas principalmente da ditadura da felicidade dos tempos atuais. No seu estilo ácido, logo no início do livro diz:
   "A obsessão pela felicidade sempre me pareceu entediante. Coisa de gentinha. Brega. O mercado da autoajuda prova isso: quem escreve e quem consome mente um para o outro. Quem escreve é um picareta, quem lê é um retardado. Mas há algo verdadeiro, apesar de não honesto nesse nicho de mercado. A infelicidade é a senhora da vida, por isso tal demanda desesperada impera".
   Como se vê, nada de linguagem politicamente correta. Mas... é o estilo dele. Tirando os "excessos", há coisa interessante no livro. Depois conto mais...
   Sobre o segundo, embora o título indique ser uma "História da Psicologia", o texto não vai simplesmente alinhando várias teorias, descobertas e propostas aparecidas ao longo dos anos... pelo menos de forma tão direta. Há trechos da historiografia da ciência em questão, mas também são tratados temas específicos, que fazem surgir pesquisas de determinadas áreas, como Psicologia Social, Psicologia Evolutiva, etc.; ou mesmo curiosidades mais gerais, que tem um tratamento, por vezes, mesmo filosófico, por exemplo, em "De onde vem a linguagem?", "Por que as pessoas são racistas?", "A tristeza é uma doença mental?" ou "O que é normal?". 
   Em "É melhor sentir um pouco menos?", por exemplo, o tema do livro de Pondé parece aparecer, quando Levy diz:
   "A maior novidade em saúde mental desde a década de 1970 foi o crescimento explosivo da terapia com medicamentos. [...] existem objeções mais profundas, filosóficas, ao uso de medicamentos para tratar de problemas como tristeza, melancolia, ansiedade, mania e hiperatividade. Esses problemas podem ser vistos como aspectos extremos, mas naturais da condição humana, levantando questões sobre se é certo medicá-los. [...] Os medicamentos aliviam sintomas ou suprimem sentimentos? Devíamos, de fato, tentar reprimir sentimentos, mesmo os angustiantes?".
   O texto vai além da citação, servindo, no mínimo, para fazer pensar sobre casos que estão mais longe dos extremos, ou seja, aqueles que circulam usualmente pelo nosso quotidiano como um certo "mal estar" em lidar com a vida "como ela é".
   Depois, comento mais sobre esse também.