sexta-feira, 22 de julho de 2022

Psicologia existencial e... Spinoza

 

    Estava lendo apenas a introdução do livro Psicologia Existencial, organizado por Rollo May, com textos de Abraham Maslow e Carl Rogers, entre outros, e me deparo com a seguinte afirmação, logo no primeiro parágrafo:

    "Pensadores cujas formulações se tornaram importantes para o seu século e para os subsequentes são os que obtiveram êxito, penetrando e articulando o significado e a direção dominante do desenvolvimento do seu contexto cultural..."

    E segue uma lista brevíssima destes "pensadores". Lá vai:

    "Espinosa, no século XVII; Kierkegaard, no século XIX; Freud, no século XX"

    Depois dessa lista, dá para desconsiderar nosso grande Spinoza? Pensemos rapidamente... Kierkegaard é o Pai do Existencialismo e Freud é o Pai da Psicanálise. Ambos, portanto, têm tudo a ver com a ideia de uma "Psicologia Existencial". Spinoza só pode ter entrado na lista por conta de ter "penetrado e articulado o significado no seu contexto cultural". Aliás, eu diria que não apenas do seu "contexto cultural", mas num âmbito bem mais amplo, conseguindo captar, com rara felicidade, o que é o ser humano.

    Outras duas curiosidades...

    A primeira, o que considero certa injustiça da lista, é não haver nenhum pensador indicado como tendo conseguido penetrar no contexto cultural do século XVIII. Afinal, a lista pula de Spinoza, no século XVII, para Kierkegaard, no século XIX.

    A segunda é que a lista continua, dizendo "intercalados por nomes não menos ilustres...". Apesar de "não menos ilustres", eles só são citados depois. Mas, vamos lá:

    ".... desde os Filósofos Renascentistas, os Reformadores da Idade Média, até mais recentes celebridades como Giordano Bruno [...], Jacob Boheme, Paracelso, Descartes, Locke, Galileu, Newton e outros".

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