quinta-feira, 21 de junho de 2012

Erundina e o PT

   Estive pensando um pouco antes de postar qualquer coisa sobre o assunto "Erundina".
   Num primeiro momento, imaginei que bom era ver um político profissional se indignar com um absurdo flagrante - o Lula abraçando o Maluf. Aí, lembrei-me que absurdo já era a Sra. Erundina, que já tivera seus dissabores na década de 1990 com o PT, reunir-se novamente ao partido, lançando-se como vice na chapa do Haddad.
   Depois, lembrei-me de uma declaração da Erundina, que é do Partido Socialista Brasileiro, assim que anunciou a participação na tal chapa, dizendo algo como o Socialismo ser a solução para o Brasil. E pensei: "Ué, mas se ela pensa isso, será que a melhor opção é unir-se ao PT, para materializar esse projeto?".
   Fui refletindo mais e a estória só ia ficando mais esquisita. Por exemplo, quando a Erundina foi perguntada sobre esse apoio ao PT, apesar das rusgas passadas, ela disse "Não faço política com mágoa". Entretanto, após se despedir da chapa, disse "O tempo de TV é importante, mas não a ponto de sacrificar a imagem, a História, os princípios". Particularmente, concordo com essa última opinião... mas acho que esses "princípios" só se revelam pouco flexíveis justamente quando a "mágoa" da nossa oradora começou a transbordar.
   Muito triste isso.
   Mais triste, entretanto, é ver como a Política se apequenou com esse pessoal que anda por aí se dizendo "polités" - que eram os cidadãos preocupados com a "Politéia", seu local de viver, e com seus concidadãos.
   E essa tristeza se materializa na leitura do texto publicado em O Globo de hoje, na página 10, com o título "É preciso jogar o jogo que existe". Lá está escrito:
   "O coordenador da campanha do petista Fernando Haddad, Antonio Donato, admitiu ontem que a união com o PP de Paulo Maluf é polêmica.
   - Aparentemente, é uma contradição, não vou negar. As histórias são diferentes. Mas isso já ocorreu em todos os estados e em todas as eleições por causa do sistema eleitoral.
    Donato disse  que, na lógica da realidade política, o acordo é justificável:
   - Não posso resolver as contradições do sistema político brasileiro fazendo de conta que estou em outro mundo. Quem está no jogo precisa jogar o jogo que existe.
   O coordenador da campanha do PT rebateu o fato de a deputada Luíza Erundina (PSB) ter se incomodado mais com a foto de Lula, Haddad e Maluf juntos, do que com a aliança com o PP.
   - Existem a forma e o conteúdo. Ela reclama da forma. Acho que a gente tem que ver o conteúdo, o que significa ter uma força política que apoia o governo Dilma, que tem um tempo expressivo de TV e medir prós e contras".
   A única coisa eticamente razoável que o Sr. Antonio Donato disse foi que a ex-candidata a vice se preocupou mais com a foto do que com a própria união ao Partido Progressista.
   No resto, ele admitiu claramente que "Vale tudo!" para manter-se no poder.
   

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