quarta-feira, 22 de agosto de 2012

A família pós-moderna

   Marx dizia, sobre a Modernidade, que tudo o que é sólido se desmancha no ar. Se ele estava certo, então, nessa Pós-modernidade, nada sólido chega a se desmanchar no ar, já que nem chega a ficar sólido. Talvez, a maior parte das coisas fiquem num estado meio "pastoso", entre ser e não ser algo.
    Isso me lembra um pouco as versões contemporâneas de algumas coisas que parecem perder a sua "essência", como a cerveja sem álcool, o café descafeinado e o sexo virtual. Ou seja, uma bebida que é alcoólica "por natureza" - afinal, é isso o que é ser "cerveja" -, fica sem álcool. A outra, perde a cafeína, que é simplesmente o que lhe dá até o nome. E o sexo - que, para não ser simples masturbação, depende de um "encaixe" que lhe corresponda - fica sem o contato com o parceiro, em carne e osso - obviamente, queremos mais a carne. Ou seja, ficamos com coisas "pastosas".
   Bem, de qualquer forma, essa reflexão sobre a cerveja, o café e o sexo, eu já havia feito. O que me chamou a atenção nesses últimos dias foi a questão da família.
   Antes de mais nada, não sou, em absoluto, um moralista. Muito pelo contrário, minha "religião" é a ética, que é sempre uma reflexão da moral. Mas, acho que ainda sofro com a moral do meu tempo, algumas vezes. 
   Vamos aos casos concretos:
   Hoje, li na net que Deborah Secco está muito feliz com seu CASAMENTO, que já dura seis anos, e que agora comemora poder ficar com seu marido todos os dias. Ora, eu até entendo que ocorrem, principalmente por questões de trabalho, separações momentâneas. Mas um casamento que nunca passou por uma experiência constante de convivência??? Ah, isso, eu não compreendo. Não é justamente isso que caracteriza um casamento? Será que o caso não é que a atriz namorava "sério" o ex-jogador havia seis anos, e que agora se casarão?
   Sei lá... Coisas "pastosas".
   A outra é mais pela curiosidade da situação, para ver como nós nos pegamos nas velhas armadilhas do hábito, vez por outra.
   Estava eu sentado num bar, lendo um livro sobre ética, da Adela Cortina, e bebericando minha cerveja, quando ouvi a estória da família da mocinha que estava com os amigos na mesa ao lado.
   Ela deveria ter uns 17 anos, e contava que, inicialmente, odiava uma outra moça, porque descobriu que esta namorava a sua namorada. Apesar dos ciúmes, ambas continuaram "compartilhando" a outra garota. Até que, um dia, abandonaram esta última; ficaram e, hoje, moram juntas. 
    Até aqui, nenhum problema... acho. O fato curioso vem na esteira. A outra moça da mesa pergunta onde elas moram. Ela responde que na casa da sua mãe. As perguntas continuam, bem como as respostas. 
   "Sua mãe não liga?", é a pergunta que me fará "despertar do meu sono dogmático". A moça responde: "Não. Mas também, ela não pode falar nada. Ela mora com um amigo da minha irmã mais velha. Ele tem quase a idade da minha namorada, 24 anos, e minha mãe tem 42. E a minha irmã levou o namorado para morar lá em casa, também".
   Caracas... Imaginemos a situação: na casa moram, pelo menos, seis pessoas. Quatro delas em torno dos 25 anos; uma, perto dos 18 e outra com mais de quarenta. Temos um casal hetero de aproximadamente 40/25; outro, também hetero, aproximadamente de 25, ambos; e, um último, gay com aproximadamente 25/18. O "padrasto" tem uma enteada praticamente com sua idade e um genro/nora, também na sua faixa etária... além de outra(o) enteada(o) que já se relaciona com alguém próximo à sua idade, também.
   Confesso, mais do que ficar espantado com a situação, fiquei curioso a respeito de como essa casa pode "funcionar". Quem troca uma lâmpada queimada?

3 comentários:

Anônimo disse...

Quem trocara a Lampada será o Pereirao da antiga novela e nao o Pereirao seu sogro, compadre, hoje em dia eu nao entendo mais nada em conceito de familia, esta mistura toda e nao tenho nada contra a opçao sexual de ninguém , afinal sou a favor que sejam felizes como desejam e queiram ser, mas sinceramente hoje ser hetero é que causa espécie , repito , nada tenho contra as opçoes sexuais , aqui no Condominio é cada vez mais normal vermos meninas com meninas e meninos com meninos, alias a Turma mais jovem aqui que forma casais do mesmo sexo ,periga estar maior do que o tradicional menino com menina,e tudo isso morando alguns na forma como vc descreveu a situaçao,nao sei onde estava bebendo a cerveja, mas pode ser que esta situaçao seja de alguem daqui, pois exemplos nao faltam,rsssss.A verdade que como vc falou nao sou moralmente contra este atual estagio moderno da nova familia , mas como tenho 49 anos fico tao perdido quanto o nobre amigo, bem depois que meu cunhado ligou para minha esposa e perguntou se podia comemorar o casamento dele com um churrasco aqui em Casa e a esposa era um rapaz, eu nao falo mais nada, Pois minha Sogra que é casada com um cara mais novo do que eu , ou seja o Avo é garotao , o Pai é Coroao, a Mae é normal, o casal de Tios ele nao sabe quem ele chama de Tio ou Tia, eu la posso saber em que situaçao familiar meu filho se encontra,hahahahahahaha, eu só sei que aqui em casa quem troca a Lampada por enquanto sou eu, mas um Dia pode ser o Pereirao que na novela era uma mulher com alcunha de homem, rsssssssss, vou parar pois me embolei todo.

Anônimo disse...

Bem este blog nao é de futebol,eu sei, mas como nao sou um praticante da Filosofia, apenas um teimoso em escrever no blog do meu amigo e compadre , vez por outro abuso e escrevo sobre os mais variados assuntos, como se sabe em 23 de agosto de 2012, o Jornalista e escritor Nelson Rodrigues completaria 100 anos,como alguns devem saber, Nelson era tricolor roxo, assim como eu, o Cumpadre , eu nao sei se ele é mais Filosofo ou Tricolor ou desaparecido do blog, hahahahaha, nao podia deixar passar a alfinetada, bem o escritor da Vida como ela é, tinha pelo Tricolor um amor incondicional e nao deixava de mostrar isso, em diversas cronicas ,mas o interessante que a Rede Globo esta semana em suas diversas redes de TV espalhadas, desde a Globo, como Sportv, Globosat e por aí vai em justas homenagens ao Velho Nelson estejam pouco ou nada abordando o fato dele ser Fluminense, eu nao sei como uma poderosa rede Televisa se julga no direito de esconder alguns fatos, numa manipiulaçao da noticia, como se os que acompanham sua programaçao fossem em sua totalidade imbecis que podem ser enganados em suas matérias, tiveram a castimonha de no Globo Esporte fazer uma verdadeira Ode ao Flamengo numa cronica do Nelson, é demais para minha parca mente, vao ser mentirosos na PQP,desculpa aí, hahahahaha,acho que ainda vai chegar o dia que sao capazes de afirmar que Nelson era torcedor do Urubu,hahahahahaha, mesmo com ele naquela famosa foto diante da maquina de datilografar com a camisa do Flu, sao capazes de fazer uma montagem dele com a camisa do "Framengo", aí no dia 24 de agosto morre outro Icone tricolor, nao Getulio Vargas, que nem por qual time torcia, Flu nao deveria ser, mas Felix Miele Venerando aos 74 anos vitima de enfisema , o já saudoso goleiro fez parte da minha infancia, comecei acompanhar futebol com mais afinco a partir de 1970 , e Felix fazia parte do Time do Flu campeao do Brasil daquele ano e o acompanhei ate 1976, ano em que o Flu fora Bi Carioca, mas ele nao era mais o Titular em todas as partidas pois convivia com problemas cronicos no Ombro e nesta semana também faleceu vitima do mesmo problema do Felix Robertinho, observador técnico do FLU, ou seja uma semana meio dificil para os Tricolores , tantas perdas , mas aí eu lembro que hoje tem Flu x Vasco , pelo Brasileiro, e estou com a impressao que Nelson resolveu dar uma reforçada no elenco do sobrenatural de almeida, para se estiver dificil de resolver aqui por baixo a parada que la de cima a Suada e Santa goleada por 1x0 do Flu sobre o Vasco da Gama seja sacramentada.Um abraço e Sds Tricolores.

Ricardo disse...

Querido compadre:
Hoje, sou certamente mais filósofo que tricolor, pois gasto muito mais tempo em atividades ligadas à Filosofia do que ao Flu. De qualquer forma, não perco nenhum jogo - seja no Premiére FC, seja na net, ou mesmo no radinho. Além disso, normalmente ando devidamente "paramentado" de torcedor, com as camisas que colecionei ao longo dos anos.
Quanto à parte do "sumido do blog", tenho que reconhecer que esta alcunha está quase me servindo melhor do que a de filósofo. Rsss.
Sobre o Nelson Rodrigues, não concordo com sua crítica à Globo, pois todas as matérias que vi citavam essa paixão tricolor dele.
Em relação ao Félix, também me lembro bem dele. Inclusive, no meu time de botões "amador", que tinha aquele goleiro de plástico com uma barrinha de metal por trás. Naquela época, eu era sócio do Fluzão. Lembro até de ter entrado no clube, um dia, e ele estar com o braço enfaixado na portaria.
Sobre nossas "goleadas", elas estão nos deixando angustiados. Pelo menos, estamos sempre somando nossos pontos. Mas será que o Galo não irá dar nenhum tropeço?
Abração.