Já falei, aqui no blog, do livrinho que dá título a este post. Pequeno, mas interessante. Separei algumas passagens que merecem destaque, seja como informação histórica, seja como base para alguma reflexão.
Cito com alguma liberdade:
- Guilherme de Ockham (1288-1347), em Brevilóquio sobre o principado tirânico, defendeu a autonomia do poder civil em relação ao poder papal, sendo um dos precursores das teorias de separação entre os poderes civil e religioso.
- Não é de todo correta a definição presente em livros escolares, segundo a qual a palavra grega cratós significa "poder". Para entender o sentido antigo do termo cratós, é importante distinguir entre poder e governo, lembrando que a noção de governo não significava uma relação de comando e obediência, imposta pela força do soberano que governa. Dessa perspectiva, traduziremos melhor democracia por "governo do povo", em vez de "poder do povo".
- Se, a partir de Machiavelli, o poder passa a ser visto como algo cuja finalidade é ele mesmo e não mais a realização de alguma finalidade extrínseca a ele (como o bem comum, por exemplo), era legítimo, do ponto de vista machiavelliano, considerar a Política à parte, em si mesma, como jogo de obtenção e conservação do poder. A Política, assim, deixa de ser a atividade de governar em vista do bem como para tornar-se a atividade de exercer o poder.
- Uma das missões da sociedade civil (enquanto conjunto dos sujeitos políticos que são os cidadãos) é fazer um contraponto ao poder do Estado.
- Vemos em nossos dias que o poder político submete-se a outro poder, o econômico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário