terça-feira, 11 de outubro de 2016

"Filosofia Política", do José Antônio Martins


   Já falei, aqui no blog, do livrinho que dá título a este post. Pequeno, mas interessante. Separei algumas passagens que merecem destaque, seja como informação histórica, seja como base para alguma reflexão.
   Cito com alguma liberdade:
   - Guilherme de Ockham (1288-1347), em Brevilóquio sobre o principado tirânico, defendeu a autonomia do poder civil em relação ao poder papal, sendo um dos precursores das teorias de separação entre os poderes civil e religioso.

   - Não é de todo correta a definição presente em livros escolares, segundo a qual a palavra grega cratós significa "poder". Para entender o sentido antigo do termo cratós, é importante distinguir entre poder e governo, lembrando que a noção de governo não significava uma relação de comando e obediência, imposta pela força do soberano que governa. Dessa perspectiva, traduziremos melhor democracia por "governo do povo", em vez de "poder do povo".

   - Se, a partir de Machiavelli, o poder passa a ser visto como algo cuja finalidade é ele mesmo e não mais a realização de alguma finalidade extrínseca a ele (como o bem comum, por exemplo), era legítimo, do ponto de vista machiavelliano, considerar a Política à parte, em si mesma, como jogo de obtenção e conservação do poder. A Política, assim, deixa de ser a atividade de governar em vista do bem como para tornar-se a atividade de exercer o poder.

   - Uma das missões da sociedade civil (enquanto conjunto dos sujeitos políticos que são os cidadãos) é fazer um contraponto ao poder do Estado.

   - Vemos em nossos dias que o poder político submete-se a outro poder, o econômico.

   

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