Antes de continuar avaliando a "Guerra Cultural" sob a perspectiva que estivemos utilizando até agora, vale sinalizar que há outra possibilidade de abordagem, que seria mais "europeia", se assim podemos chamá-la.
No livro A cultura importa - fé e sentimento em um mundo sitiado, de Roger Scruton, a abordagem sobre a "Guerra Cultural" não capta tanto a estratégia de uma pretensa viabilização do marxismo no Ocidente através da subversão da cultura deste. Assim é que o autor diz: "As sociedades ocidentais estão vivendo uma crise aguda de identidade com ameaças externas, do Islã radical, e internas, do 'multiculturalismo'".
Percebemos que o Ocidente, tendo como fundamento os valores judaico-cristãos, é tido como atacado pelo Oriente/Islã, externamente. Ao mesmo tempo, internamente, ele sofre com um fenômeno mais delicado, que parece menos hostil que o anterior. Isto porque, ao se pretender dar voz a outras culturas, dentro do Ocidente, tem-se a impressão de que só se está sendo "democrático". Contudo, não se trata apenas da inclusão de outros bens culturais, com enriquecimento da cultura que os admite. A intenção é "igualar" todos os elementos, o que, em certo sentido, acaba por diminuir o que pertence à tradição ocidental diante do que lhe é alienígeno.
Iremos, aos poucos, discutir essa abordagem também.
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