quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

"Eu"

   "O 'eu' é uma ficção útil, como os centros de gravidade na Física" e "Nossos 'eus' não são órgãos e, certamente, não são substâncias imateriais (egos ou res cogitans cartesianos)".
  As frases acima são de Daniel Dennett, filósofo americano, dedicado à Filosofia da Mente.
   A primeira reafirma a ideia de David Hume sobre a "criação" do "eu" - até que provem o contrário, não necessariamente uma criação elaborada intencional e racionalmente, mas, talvez, como forma natural e necessária à permanência na existência.
   Dennett traça uma comparação fantástica com o "Centro de Gravidade" da Física, que seria o "lugar" em que atuaria o peso, enquanto força... lugar este que pode, aparentemente de modo paradoxal, até estar fora do espaço geométrico ocupado pelo próprio volume que tem massa.
   A segunda afirmação parece indicar uma relutância do filósofo em adotar tanto a tese materialista quanto a idealista sobre a mente e o eu. Enquanto spinozano, tendo a imaginar um "paralelismo" mental-corporal. Mesmo assim, o "eu", enquanto percepção mental do próprio corpo e mente é um problema. Afinal, explica-nos Spinoza que "a mente é a ideia do corpo", mas "dentro" dessa mente, que já é uma ideia, parece haver uma reunião de sensações, memórias, percepções, afetos e desejos, que também acabam por formar uma nova ideia, consciente de ser a união destes diversos "itens", à qual se chama "eu". Aliás, há uma interessante discussão sobre o "eu" em Spinoza por vários especialistas no luso-holandês. 

6 comentários:

Sérgio Morais disse...

O Infinito do Ser

Busca, aspira o infinito do ser...
Vê e sente, acredita no sempre...
Longínqua essa paragem,
Dura a miragem do nunca inexistente mas persistente, no caminho
Percorrido pela alma forte, vestida e, de repente, despedida pelo sofrimento do Momento inalcançável, no precipício abominável do início do fim,
Que não chegou a começar...
Passagens escritas, profecias guardadas, temidas!
Decadência pressagiada,
Sonhos protegidos,
Vontade encadeada pela luz forte da fé!...
Pecados surpreendidos no silêncio
Do pensamento obscuro e receoso, que restringe o corpo ansioso.
Ambição de revestir o coração além da carne
E do ensinamento penoso de não poder sobrevoar a 'morte'!
E eis que surgem as certezas incertas de nada saber...
Procura ansiosa do controlo da vida que se está a perder...
Temerosa essa imagem holocáustica,
Vislumbrada sistematicamente,
Denunciando o medo de punição de que a humanidade está ciente.
Gasto o simbolismo efémero que tenta omitir erros,
Mórbido o sentimento de culpa de não poder...
Sonhos catapultados para o longínquo da ilusão,
Numa esperança insultuosa de tão forte ser...
E novamente a lenda insinuosa
Que perde toda a validade face à supremacia do sentimento,
Que tenta, experimenta e consegue o impossível de
Fortalecer um ser susceptível a toda a fraqueza escondida,
Guarnecida de terrores que procuram os sonhos perdidos
Pela ameaça da proximidade do que parecia jamais ser alcançado
E que demonstra que o Amor não poderá sair derrotado.

Este sou Eu? E vocês, o que vêem?

mundy disse...

"O conhecimento que temos do corpo não é tamanhoque o conheçamos tal como ele é, nem perfeitamene,no entanto, que união!Que amor!", certamente sabes a quem afirmou isto, eu e nao o "EU" sou uma pessoa meio distante a estes assuntos mais profundos , nao por incapacidade creio, e desculpe me a falta de modestia, mas sim por uma imntensa preguiça em me ocupar em pesquisar e estudar estes assuntos, mas bissextalmente acordo para o mundo do pensamento e do filosofar e arrisco a traçar linhas neste espaço, a solidão, o vazio que sinto me levam vez por outra a procurar, esta busca pena que nao seja constante, obstante a procura de me encontrar, faça me desviar os objetivos de minha mente, nao escrevi propriamente sobre o tema, é que apenas por me sentir só no mundo, nao sozinho na acepçao clara da palavra, mas só no sentido de estar tao desajustado neste mundo, estar sem eira e nem beira, sentindo se abandonado nao na capacidade intelectiva, mas sentir me abandonbado enquanto ser, tem horas que nao sei se quero estar onde estou ou se estaria mais enquadrado numa outra vida , num outro lugar, sei lá ,eu enquanto Eu e nao "EU", vivo vagando , procurando respostas e nao as encontro, mas vou ficando por aqui ou por aí,ideias nao me sao vagas, mas quanto mais eu penso , racionalizo, questiono o porque deste meu "Estado" nao mudar, por mais inteligente que me considere, e talvez e somente por alguns instantes eu questione este fato, e mais uma vez desculpem minha falta de modestia, por mais que busque, nao me encontro e isso me apavora diante de um mal que nao encontro forças para combater, Fui..................

mundy disse...

Hoje é 18 de fevereiro, bem espero que esta chegue para quem tanto admiro, hoje é o dia importante na vida do Compadre, hoje é aniversario da Companheira , da amiga do Dono do Blog e também é nao estou enganado, dia de Comemoraçao dupla, Aniversario da Esposa e de casamento, certamente Niterói, mais precisamente um lar estar em Festa , muitas felicidades, muito amor, carinho e principalmente saúde, comemorem muito, voces merecem.Felicidades e Parabéns duplo, espero que o Compadre me convide para uma cerveja, essa é mais dificil, é mais fácil o Amigo escrever laudas sobre questoes filosoficas, do que me convidar e ter tempo para sentar comigo para tomarmos uma cerveja estupidamente gelada, mas este questionamento deixo para outra hora, pois hoje o dia é da Nadia e do casal.

Ricardo disse...

Ao compadre, só posso agradecer a gentileza da lembrança dos aniversários da minha esposa e o do nosso enlace conjugal. Aliás, não causa surpresa a lembrança em si, já que o compadre tem uma agenda eletrônica na cabeça que nunca apresenta falhas.
Quanto ao convite para a cerveja, ele não só foi feito, como contava com "acompanhamentos" interessantes. Afinal, ofereci-lhe não só a cerveja, quanto churrasco e, ainda por cima, uma estadia na nossa "casinha" de descanso... com direito a banho de piscina plástica. Rsss.
Apesar das constantes reclamações do meu fraterno amigo, o convite foi recusado. Sinto-me, portanto, publicamente liberto desse tipo de queixa.
De qualquer forma, agradeço imenso as felicitações.

Ricardo disse...

O outro comentário do compadre poderia se aproximar mais do de um existencialista. Entretanto, o desconforto dele é psicológico e não ontológico, como o daqueles.
Em alguma medida, o "desconforto" e o sentimento de "inadequação" são bons, pois são justamente eles que nos fazem sair de onde estamos - seja lá esse lugar qual for. Nietzsche falava de um "conforto mediocrizante" - não lembro a expressão exata, mas é algo assim. Rsss -, que imobiliza o homem, impedindo que ele efetivamente "se torne o que ele é". Então, até aqui, você estaria com um bom "ponto de partida". O problema é o que vem depois. Se falta determinação, força e ação, só pode advir a melancolia de não sair do lugar... mesmo sabendo que seu lugar próprio não é aquele. Mas esse é um problema que só pode ser resolvido com uma "revolução" pessoal - com toda a força explosiva e "subversiva" mesmo que a palavra carrega.
Pequenos reparos podem consertar pequenos defeitos, mas estruturas em colapso definitivo requerem grandes e radicais esforços... até mesmo de implosão do que já está feito errado, para começar o certo do zero... com grandes doses de planejamento, mas, sobretudo, de ação.
Além do mais, temos que ter cuidado quando dizemos que nos consideramos inteligentes - aliás, o que não é o meu caso, visto que sempre digo que sou apenas "esforçado" -, pois há diversos "tipos" de inteligência. Será que sua inteligência emocional está tão "em alta" quanto a sua cognitiva?
Abração.

mundy disse...

Fraterno amigo, caso vc resolva abrir sua caixa de email ou o orkut, que fiz no carater do privado, entenderá que nao recusei o convite port recusar, da forma que colocou aqui no blog parece que simplesmente fui convidado e recusei, e daí voce diz que se diz liberto, bem esta tudo certo e dominado, mas tendo a curiosidade em ler os seus emails ou sua pagina no orkut, as razoes de longe passaram pelo fato de uma mera recusa, nao há motivos para explicitar aqui o que de fato originou a recusa, vc me conhece há exatos 32 anos , sabe que dificilmente falto a algum convite a mim feito, sabe que sempre movimentei me no sentido de estar sempre junto aos amigos, até mais do que os amigos em relaçao a mim, aqui não é o forum para explicaçoes mais detalhadas , mas voce sabe que nao houve uma mera recusa e sim uma enorme impossibilidade, que no momento prende me a Maricá, leia sua caixa de msg ou sua pagina no Orkut.