quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Mal de Alzheimer

   A maioria dos amigos provavelmente conhece a doença que leva o nome daquele que primeiro a descreveu, o Dr. Alois Alzheimer, em 1906. Lá se vão mais de cem anos, e até hoje esta doença degenerativa permanece incurável.
   A doença se caracteriza pela perda dos neurônios, em várias partes do cérebro. Normalmente, essa perda se inicia na região frontal - responsável pela memória, emoção e pensamento - rumo às áreas posteriores - responsável pelo reconhecimento, julgamento, entre outras coisas. Os efeitos são, inicialmente, as dificuldades com recordação, passando por aquelas com a linguagem e as emoções, e, por último, afetando o comportamento social.
   Dados da revista "Mente e cérebro" especial, da série "Doenças do cérebro", volume 1, "Parkinson e Alzheimer", informam que "sem nenhum tratamento, ao final de dois anos, o cérebro é praticamente engolido pela doença".
   Outro trecho da revista explica que "o temor de adquirir a doença de Alzheimer origina-se nem tanto da dor física e do sofrimento antecipados, mas da perda inexorável de LEMBRANÇAS de uma vida inteira, que são A BASE DA IDENTIDADE INDIVIDUAL." [grifo meu]
    Aqui, entramos num assunto que pertence à Filosofia, mais precisamente, hoje, à Filosofia da Mente, qual seja, a identidade individual.
    Primeiramente, vemos que é impossível dissociar corpo e mente. Quando a parte material "falha", ela leva de roldão a parte imaterial. Indico que "parte", pelo menos nessa primeira reflexão, é uma concessão ao senso comum, imaginando-se a partição real e ontológica entre algo material e algo imaterial - o que, posteriormente, poderemos vir a desconsiderar.
    A segunda observação - ainda que polêmica - diz respeito à possível "essência" da individualidade. Na minha opinião, ela diz respeito fundamentalmente às memórias pessoais. Há que se reconhecer, mesmo assim, que o "substrato" biológico é também imprescindível para caracterizar essa individualidade; afinal, no mínimo, é ele que dá suporte a essas mesmas memórias.
   Mas aí ficamos com a parte "inconsciente"... Como embuti-la nesse "mix" que é a individualidade?
   Pensemos juntos...

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