Como é que a trágica morte do candidato Eduardo Campos mexeu com as intenções de voto, hein!
A Dilma, com confortáveis 40%; Aécio com 20% e Campos, 10% - de modo aproximado -, era o cenário nas primeiras pesquisas, antes do falecimento do candidato do PSB. Agora, o Ibope apresenta: Dilma com 34%, Marina com 29% e Aécio com 19%.
Minha observação não tem a ver com um juízo de valor sobre os candidatos envolvidos na eleição, mas com a falta de compreensão generalizada de que se deve votar em um programa de partido, e não em pessoas. É certo que essa minha crítica vale para os próprios partidos, que acolhem qualquer nome que lhes garanta votos. Lembro que o sistema atual concede os votos dos eleitores para os partidos - tanto assim que os votos de um Tiririca, por exemplo, acabam por garantir a eleição de outro companheiro de partido.
A questão, portanto, não é dizer que o brasileiro não vota certo porque escolhe nomes errados, mas é indicar a mesma coisa, sob a justificativa de que não entendemos que nossos votos são dados - ou deveriam ser - primeiramente para o programa do partido. Dentro daqueles votos entregues ao partido, veem-se os candidatos que foram mais lembrados pelos eleitores, e estes são os que representarão o povo, de acordo com o coeficiente eleitoral e o número de vagas conquistadas pelo tal partido.
Precisamos começar a nos preocupar com os partidos, avaliando se são apenas legendas de aluguel. Aí, sim, poderemos começar a escolher melhor - seja qual for o nome, dentro daquele compromisso com a ideologia do partido em questão, que pensarmos ser o melhor.
Ainda que isto seja um tanto quanto utópico, acho que vale à pena insistir nessa ideia.