terça-feira, 19 de junho de 2018

Progressistas e a esquerda


   Aqui no Brasil, acostumamo-nos a associar as bandeiras progressistas à esquerda e o conservadorismo à direita. Nada tão errado nisso. Mas... quem estuda um pouco mais, sabe que isso não é absolutamente necessário.
   Vejamos, então, um caso a levar em consideração.
   Estamos no meio da Copa do Mundo, realizada na Rússia. Um bando de brasileiros bobalhões, gravou um vídeo com o que parece ser uma cidadã russa que não compreende o Português. Os caras falam umas bobagens e a moça é induzida a repetir o que eles dizem, sem saber que ela está sendo objeto de uma brincadeira de mau gosto. O vídeo viralizou na internet. O portal de notícias UOL entrevistou russas e brasileiras sobre o vídeo. A indignação das brasileiras foi tremenda, enquanto as russas reconheceram que foi uma brincadeira de mau gosto, mas se mostraram menos "revoltadas" com o fato. 
   A matéria se encerra com da seguinte forma:
   "Essas opiniões tão distantes tem origem na realidade da Rússia atual. Elas vivem em um dos países mais machistas do mundo e que aprovou, recentemente, uma lei que despenaliza a violência doméstica: se o agressor não causar dano físico à vítima e não repetir a agressão em menos de um ano, ele não pode ser acusado.
   Além disso, movimentos feministas são mal-vistos nas ruas e, alguns deles, são perseguidos pelo governo.
   Svetlana Zhabirikova [uma das russas entrevistadas] diz que todas as pessoas têm direito à opinião, mas ela não apoia o feminismo. Considera que é um movimento que defende a igualdade entre homens e mulheres e acredita que no mundo isto já acontece e as mulheres não devem lutar.
   Até mesmo quem critica os torcedores brasileiros coloca panos quentes no conteúdo do vídeo. Maria Semenovich, a mesma que falou que foi uma brincadeira, afirma que houve falta de respeito por parte deles. [...] Mas termina dizendo que não se importa com o feminismo. 'O mundo deve ser controlado por homens'".
   Obviamente, os valores das moças russas representam aquilo que lhes é passado pela sociedade conservadora em que vivem. Mas o que quero destacar nem é a opinião - curiosa, para dizer o mínimo - das russas, e sim a questão de alguns movimentos feministas serem inclusive perseguidos pelo regime comunista - ou seja, de esquerda - conservador.

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