quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

O que é ser de esquerda, hoje?


   Essa me parece uma pergunta bem interessante de ser feita atualmente. Não só por que ela demonstra a preocupação de estabelecer quais são os pontos principais pelos quais se luta, mas também para identificar exatamente ao que se opõe - a "direita".
   Esta última parte - relativa ao lado oposto - é importante, visto que ouvimos falar muito, principalmente aqui no Brasil, que a esquerda se opõe ao "fascismo"... ideia bem problemática, caso tratemos deste último conceito de modo estrito.
   Estou lendo - meio indo e voltando - o livro O que é ser esquerda, hoje?, organizado por Francisco Inácio de Almeida e publicado por uma parceria entre a Fundação Astrojildo Pereira e a Editora Contraponto. São mais de quarenta textos reunidos sobre o assunto. A diversidade dos autores faz do livro algo interessantíssimo. Escrevem, para citar apenas alguns, Roberto Freire, Luíza Erundina, José de Souza Martins, Ruy Fausto, Cristovam Buarque, Ferreira Gullar, Renato Janine Ribeiro, Sérgio Besserman, Leandro Konder e Fernando Gabeira. Só por esses nomes, já dá vontade de entrar na discussão.
   Este será apenas o primeiro de uma série de posts sobre o assunto.
  A primeira coisa que me chamou atenção foi que vários autores tratam desse "ser de esquerda hoje" como se houvesse apenas uma "nova esquerda". Achei interessante que, em oposição a essa ideia, Ruy Fausto, em "Identidades da esquerda", diz que a esquerda brasileira oscila entre três (ou quatro) posições. Ele explica que "Apesar da catástrofe que representou o caminho revolucionário da Rússia, da China, de Cuba [...], os nossos radicais continuam pregando a solução violenta", ou seja, "continuam professando um projeto revolucionário".
   Realmente, ainda vejo pessoas com esse espírito.
   E... continuo depois.

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