segunda-feira, 2 de março de 2009

O nome correto de "Spinoza"

Minha querida amiga Maria - portuguesa "da gema", como se diria para os cariocas (rsss) - fez um comentário ao post do filme de Spinoza, "reclamando" que eu utilizo o nome do filósofo no modo que se refere ao idioma inglês e não, como seria recomendado pela ascendência portuguesa dele, na forma "Espinosa".
Eu respondo que a escolha da grafia não é casual... mas está longe de se referir ao idioma inglês. Se eu fosse errar, inclusive, preferiria o francês, que é um idioma mais filosófico (rssss), onde se registra o mesmo "Spinoza".
Minha opção é endossada, inclusive, por Luís Machado de Abreu, autor português, no seu livro "Spinoza - a utopia da razão".
Indica Luís M. de Abreu que há várias formas de registrar o nome do mestre - como d'Spinoza, de Spinoza, Despinoza, entre outras -, mas explica que dois filólogos eruditos portugueses já se debruçaram sobre o tema, tendendo a admitir como melhor a escolha que faço.
Um desses filólogos, J. Leite de Vasconcelos, indica que o termo latino original é "spinosa", que se tornou "Espinhosa ou Espinoza" na Espanha, e que, em Portugal do século XVI e XVII, se transforma em "Espinosa".
É verdade que Spinoza nos confunde um pouco, pois assina a carta a Leibniz, por exemplo, como "B Despinoza"; mas nas cartas endereçadas a L. Meyer registra "B. de Spinoza". Um detalhe a mais na carta a Leibniz é que Spinoza escreve ao "D° Gotfredo Guilielmo Leibntio"... talvez como recomendasse o bom latim.
De qualquer forma, para não perder tempo na justificativa, cito duas marcas muito representativas de como Spinoza "pensava" o seu nome.
1) O único livro publicado e assinado por Spinoza em vida (1663) é o "Renati Des Cartes Principiorum Philosophiae Pars I et II More Geometrico demonstratae" - o nosso conhecido "Princípios da Filosofia Cartesiana" -, constando que fora escrito "per Benedictum de Spinoza Amstelodamensen"; e
2) O selo que lacrava as cartas de Spinoza - mesmo aquela enviada a Leibniz, e assinada como "Despinoza" - continha as iniciais "B D S".
Concluo - conforme também o faz Luís M. de Abreu - que Spinoza utilizava justamente esta grafia que registro para designar a si mesmo.

2 comentários:

Maria disse...

Caro Senhor Ricardo!!!
Claro que deve ter razão e fiquei esclarecidérrima. Obrigada pela explanação…mais uma vez.
De qualquer maneira aqui ando meio atrofiada, por isso nem tenho tempo para pensar, muito menos de escrever. Naquela fase terrível da apresentação dos teatros. Desde quinta feira que tem sido um corrupio e vai continuar pela semana adentro terminando no dia 5 esta primeira fase com a apresentação , do teatro, numa expo -criança na capital do meu distrito – Santarém. Até agora os garotos têm tido muito êxito. Hoje e ontem vi o público completamente rendido ao teatro. Até meu marido deu umas boas gargalhadas para espanto dos garotos que o vêm sempre tão circunspecto.
Ah, no Carnaval não fui para a praia, como os senhores, fomos até à Andaluzia, fazendo uma viagem ao tempo em que grandes contendas havia entre cristãos e árabes . Córdova é uma cidade pejada de vida e de história. Vi lá as estátuas dos seus amigos filósofos Maimonides(onde reza a história que para termos uma mente esclarecida deveríamos esfregar o pé esquerdo dele…logo eu e o meu marido…zuca )e Averrois. Em Córdova está a maior mesquita do mundo o curioso é que no meio da mesquita os cristãos ergueram uma catedral quando conquistaram o califado de Córdova. Para além disso a presença dos Judeus é constante, não só pelas ruas com nomes alusivos a eles, como tb a presença da Sinagoga. Granada é uma cidade bem maior mas mais apagada, mas tem algo que parece fazer parte dos sonhos- Allambra e o palácio de Nazari. É simplesmento lindo. Na cabeça só me soava aquela música de viola clássica “recuerdos de Allambra” de Tarrega(passei o tempo a trauteá-la). Compreendi melhor a música ao contemplar os rendilhados que decoravam o palácio…os rendilhados e o dedilhar da viola…como se fossem um só. Foi uma viagem inesquecível.
Preciso ainda fazer umas coisas da escola.
Maria

Anninha Heller disse...

ola, onde posso achar o texto em portugues do texto principios da filosofia cartesiana, podem me ajudar?
obrigada,
anna