Continuando o post anterior.
Logo após o arrastão, as autoridades foram "convocadas" a dar suas explicações sobre uma possível ineficiência da ação da Polícia no evento.
O secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro responsabilizou o Poder Judiciário por impedir os policiais de apreenderem menores sem que houvesse flagrante delito. A partir daí, o governador Pezão e seu secretário de Segurança parecem ter estabelecido uma interessante argumentação para justificar a continuidade das ações: a vulnerabilidade dos menores.
A tese não é tola. Realmente, como pensar que um jovem que vá à praia sem um responsável, sem dinheiro, sem alimentos e líquidos para se hidratar, não esteja em situação vulnerável?
Apesar de não ser tola, é muito controversa. A partir da opinião de juristas, ela foi praticamente desarticulada, e as autoridades policiais continuaram em apuros.
Se é fato que há uma generalização preconceituosa em relação aos jovens que vêm das regiões mais pobres para a orla do Rio, também não podemos deixar de reconhecer que o próprio comportamento de parte deles acaba por dar margem à tal caracterização geral.
E aí vem a questão do "problema social". Alguns analistas comentam que os jovens são excluídos da sociedade, e que isso gera uma certa revolta deles. Essa explosão de violência seria, quase necessariamente, fruto da questão da desigualdade social. Particularmente, discordo. Penso que a mola mestra do que vimos é simplesmente a falta de entendimento desses jovens do que seja viver em sociedade. Uma sociedade, sim, que tem suas diferenças e suas injustiças. Se as primeiras têm que ser aceitas, porque sempre existirão, as últimas realmente têm que ser atacadas - mas o "ataque" não é o do tipo que esses jovens estão empreendendo.
Continuo...
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