quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

"Gratidão" (2)


   Como era um livro pequeno, concluí a leitura ontem mesmo.
   Alguns comentários a mais.
   O primeiro é que Oliver Sacks se mostra um admirador do filósofo David Hume. Boa escolha, hein! Ele cita, inclusive, que escolheu fazer o ensaio "My Own Life" inspirado na autobiografia do próprio Hume, "que, ao saber-se portador de uma doença mortal aos 65 anos, escreveu uma breve autobiografia em um único dia de abril de 1776", a qual possui o mesmo título que Sacks deu.
   Sacks conta que, após o diagnóstico da sua metástase, sentiu "uma repentina clareza de enfoque e de perspectiva. Não há tempo para o que não é essencial".
    Em alguma medida, parece que talvez devêssemos viver pensando na nossa finitude... ainda que Spinoza diga o contrário.
   Já no fim da vida, após comemorar seu 82º aniversário, ele conta que um amigo seu, de nome Auden, diz que "uma pessoa sempre deve comemorar seu aniversário, não importa como se sinta". O mais impressionante é Sacks contando: "Continuo a nadar diariamente, só que mais devagar". Caramba!
    O Dr. Sacks diz que se sentiu aliviado por poder falar sobre sua homossexualidade nas suas memórias, Sempre em movimento. Mas conta uma experiência triste que teve aos dezoito anos, quando seu pai lhe perguntou sobre seus "sentimentos sexuais", impelindo-o a admitir que gostava de rapazes. O pai contou para a mãe, que, no dia seguinte, "com uma expressão horrorizada [...] gritou [...]: 'Você é uma abominação. Quisera que você nunca tivesse nascido". Diz, então, Sacks: "[...] suas palavras duras me fizeram odiar a capacidade da religião para a intolerância e a crueldade".
   É...

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