A revista Sociologia, da Editora Escala, em seu número 61, publicou uma matéria de capa com o título "Por uma sociedade mais simples", onde analisa o chamado Movimento de Simplicidade Voluntária, que surgiu nos Estados Unidos na década de 1970. Embora a matéria seja interessante, queria destacar neste post apenas o começo da mesma, que trata do conceito de "Naturalização".
O texto diz, mais ou menos, o seguinte:
"Naturalização", nas Ciências Sociais, define a característica de se tratar como naturais - e, por isso, sem necessidade de grande reflexão - fenômenos eminentemente culturais.
Diversos elementos com os quais lidamos em nosso quotidiano, como papéis de gênero, comportamentos etários, preferências estéticas e escolhas profissionais, são típicas naturalizações - formas internalizadas de pensar e agir que refletem mais a história e o contexto cultural no qual estamos mergulhados do que qualquer desígnio natural pretensamente irreversível ou imutável.
Em alguma medida é o mesmo conceito de Falácia Naturalista da Filosofia, que pensa o que é como o que deve ser. Vários dos grandes filósofos já caíram nela, como Aristóteles, por exemplo, ao justificar a escravidão ou a inferioridade da mulher em relação aos homens.
Mas, conhecendo a falácia e o próprio conceito de "naturalização", fica mais fácil termos as armas para nos colocarmos a tarefa de criticar tudo o que se apresenta a nós - mesmo que seja para, depois, vermos que aquilo realmente é algo "natural", e não cultural.
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