segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Míriam Leitão e o Bolsa Família


   Nos últimos tempos, tenho me detido um pouco mais sobre uma análise dos dados históricos do Programa Bolsa Família. Aliás, em algum momento, escreverei mais detidamente sobre o assunto. Fato é que passei de um opositor ferrenho ao programa a um defensor do mesmo. Não vejo problema em mudanças, desde que elas sejam bem fundamentadas. No caso específico, acho que faltavam informações mais específicas. Desta feita, acho que eu cometia um erro horrível para um filósofo, que era me debruçar mais sobre opiniões do que sobre fatos. Que seja... ainda bem que meu exercício filosófico constante me abriu uma nova perspectiva... que será aquela em que me basearei, até que seja demonstrado algum erro de entendimento meu... para o que estou sempre aberto, obviamente.
   Dito isto, gostaria de registrar, com imensa felicidade, que não penso sozinho sobre o programa. Mas, mais do que isso, que quem está ao meu lado não é um opinador ideologizante qualquer, mas uma, em princípio, opositora ao modelo PT de conduzir o país, a jornalista Míriam Leitão.
   Em sua coluna do último domigo (25/10/15), Míriam se manifestou contra a ideia do deputado Ricardo Barros de cortar 35% dos recursos do programa, como parte do esforço para equilibrar as contas brasileiras.
   Escreveu Míriam: "Com todos os defeitos, é uma rede eficiente que retira pessoas da extrema pobreza e da pobreza. [...] O Congresso promover o corte de um terço no programa, como parte da briga política, em momento de recessão e aumento do desemprego, é a forma de expor a riscos a parte mais vulnerável da sociedade".
   Nota 10! Adorei sua avaliação sobre a importância do programa. Também compartilho da sua opinião sobre os defeitos do Bolsa Família. 
   Indica a jornalista: "O Bolsa Família custa 0,5% do PIB e cria uma rede de proteção que alcança 14 milhões de famílias. Em vez de querer acabar com ele, é preciso combater seus defeitos, e não aceitar a versão petista de que é propriedade do partido. Ele é herdeiro de outros programas de transferência de renda que nasceram da ideia de que era preciso focar nos mais pobres e formatar políticas públicas que levassem recursos públicos a quem mais precisa. Reduzir os extremos da pobreza foi um dos consensos que a sociedade brasileira formou". 
   E diagnostica, também, que: "Ele [o Programa Bolsa Família] acumulou nos últimos anos inúmeras distorções. Talvez a maior delas tenha sido o uso eleitoral do programa".
   Concordo em gênero, número e grau! Rsss.

2 comentários:

crodi disse...

Há muita baboseira sendo falada por aí sobre o bolsa família. Falam de tudo: que cria vagabundo, que aumenta a natalidade, que é desvio de verba.... Tudo isso, eu já descartei. Os dados mostram o contrário. O que mais me irrita, porém, é que seus opositores nunca falam sobre este ser o programa social que mais retirou crianças da fome e da miséria neste século!!! Esquecem dos principais cidadãos deste país: nossas crianças, que são nosso futuro. Quando falo isso, é previsível alguém vir com a justificativa de que devemos investir em ensino, e não em esmola... Mas poxa, quanto tempo demora para tal investimento surtir efeito para as classes mais baixas? Quantas crianças passarão fome até que se melhore o ensino brasileiro? E quando melhorar, quantos jovens terão seu desenvolvimento cerebral já comprometido pela fome e miséria? Será que não dá pra investir em ensino só porque existe o bolsa? Com estas questões, eles não se preocupam....

O povo está tão ofuscadas politicamente, que só sabem criticar o que vem do governo. Não que o governo não mereça críticas, pelo contrário...

Se o governo fizer Jesus descer do céu, vão chamar Jesus de comunista e talvez até o crucifiquem novamente! Há um problema muito sério aqui. Este ódio que esta se formando beira a loucura!

Ricardo disse...

Crodi, obrigado pela participação no blog.
Obviamente, não podemos pautar nossas opiniões no ódio... aliás, infelizmente, nem no amor. Enquanto paixões, esses dois sentimentos só obliteram nossos julgamentos. Gosto muito de uma frase que já citei no blog: "Não levo muito a sério nem o elogio dos amigos, nem as críticas dos inimigos; mas prezo muito a crítica dos amigos e o elogio dos inimigos". O mais importante será sempre tentar pensar de modo isento.
Especificamente sobre o seu comentário, eu também acho que temos que investir em educação, mas é fundamental que a criança esteja dentro da escola para se beneficiar desta melhoria. E essa é justamente a proposta do Programa Bolsa Família, ao cobrar, como contrapartida da família que recebe o benefício, a presença do aluno em pelo menos 75% das aulas.
O que eu não entendia antes é que o alvo do programa não é simplesmente o mais pobre, mas a criança mais pobre. O programa tem por objetivo principal "forçar" a presença da criança na escola, mesmo que seu pai beba ou jogue com o dinheiro. O fato é que ele provavelmente beberia ou jogaria do mesmo jeito se não houvesse o programa, valendo-se do dinheiro obtido através do trabalho do filho... o que resultaria em manter este afastado da escola.
É isso!
Grande abraço.