quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Puro malte é necessariamente melhor?!?!


   Até alguns anos atrás, o brasileiro bebia só Antarctica, Brahma, Skol, Itaipava... e algumas populares menos conhecidas. De uns tempos para cá, cervejas mais elaboradas - primeiro importadas, depois produzidas artesanalmente por aqui - passaram a encher nossos copos. 
   Uma questão que surgiu logo foi a da pureza. Ficamos sabendo que nossas cervejas "comerciais" eram produzidas com milho e arroz - os chamados "cereais não maltados" -, em vez de somente malte, ou cevada maltada. Logo surgiu a ideia da superioridade das cervejas "puro malte"... endossada pelos "beerchatos". Mas será que isso é necessariamente verdadeiro?
   O mestre cervejeiro da Ambev há quatorze anos, Luciano Horn, explica que "o milho entra na receita para acrescentar leveza e refrescância".
    Acrescentando mais uma informação: a Wäls, cervejaria artesanal mineira, produziu uma India Pale Ale com xarope de milho, batizada Hopcorn IPA, a qual foi medalhista na Copa do Mundo das cervejas de 2017.
   Uma pergunta surge naturalmente: é o milho que "estraga" as cervejas "comerciais"?
   Depois deste último comentário sobre a Hopcorn IPA, acho que não podemos responder culpabilizando o pobre do milho. Talvez, seja uma combinação perversa - para o milho -, que inclui a qualidade dos outros componentes ou, até mesmo, um uso excessivo - e abusivo - da quantidade deste cereal.
  Portanto, não há que dizer que as puro malte são NECESSARIAMENTE melhores... afinal, mesmo os cervejeiros "antimilho" gostam de misturas, como as Witbier (com coentro e limão, por exemplo), as Weiss (de trigo) ou aquelas com aveia, etc.
   

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