Primeiro, uma citação de Bobbio, bem apropriada ao nosso momento tão polarizado do Brasil:
"Sempre fui, ou creio ter sido, um homem do diálogo mais que da polêmica. A capacidade de trocar argumentos, em vez de acusações recíprocas acompanhadas de insultos, está na base de qualquer pacífica convivência democrática".
Ainda no mesmo clima, e também válida para nosso momento Brasil atual:
"Da observação da irredutibilidade das crenças últimas extraí a maior lição de minha vida. Aprendi a respeitar as ideias alheias, a deter-me diante do segredo de cada consciência, a compreender antes de discutir, a discutir antes de condenar. [...] [F]aço mais uma [confissão] [...] : detesto os fanáticos com todas as minhas forças".
Outra citação, de seu livro de memórias, ao falar do debate com os religiosos:
"Quero apenas dizer que sempre me pareceram mais convincentes as razões da dúvida que aquelas da certeza. [...] Também aqueles que acreditam, acreditam de acreditar [credono di credere] [...]. Eu acredito não acreditar".
Parece-me haver um problema lógico na fala de Bobbio. Quem acredita não acreditar é o ateu. Se as razões da dúvida são mais convincentes que as da certeza, como ele indica, ele deveria simplesmente duvidar do acreditar.
Eu, por exemplo, assumo que sou um crente... um crente na inexistência de Deus. Portanto, acreditando na sua inexistência, considero-me ateu... uma espécie de crente negativo. Rsss.
Depois conto mais...
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