sábado, 12 de agosto de 2017

Vauvenargues (2)


   Achei curioso um fato. Depois que postei a citação do marquês de Vauvenargue, fui dar uma vasculhada em mais referências sobre ele. 
   O Dicionário Universitário dos Filósofos, da Martins Fontes, não tem nada. Os dicionários do Ferrater Mora, do Lalande e do Abbagnano não têm nada?!?!?
   O Dictionary of Philosophy, da Oxford, traz pouco mais de dez linhas sobre o filósofo. 
   A Wikipedia em Português traz um artigo sobre ele que dá algumas informações interessantes sobre suas ideias. Pensei: "A versão em inglês deve ser bem melhor!". Surpreendi-me. Ela é menor?!?!? Pensei: "Se ele é francês... o artigo no seu idioma deve ser bastante completo". Que nada... bem fraquinho. Biografia; apresentação pequena de ideias; obras e lista de citações. 
   Eu tenho Das Leis do Espírito, publicado pela Martins Fontes, que contém duas partes - Introdução ao conhecimento do espírito humano e Ensaios de moral e de filosofia. Normalmente, a Martins Fontes, insere uma apresentação do autor, antes das obras que publica do mesmo, com uma análise do seu pensamento. Neste, entretanto, há apenas uma "cronologia" da vida do pensador.
   Do Wikipedia, selecionei:
  
  "[...] afirmando a 'ordre immuable et nécessaire' de tudo o que acontece. Ele também rejeita a 'liberdade da vontade' e afirma a relatividade do 'bem e do mal'. 'On n'a point de volonté', pondera ele, 'qui ne soit un effet de quelque passion [...]', acrescentando 'donc l'homme ne peut agir que par les lois de son Dieu'. Como em Espinosa, o 'Deus' em Vauvenargues não é o criador do universo, a fonte do bem e do mal, o guardião e juiz do homem, ou o legislador divino que estabelece as regras da moralidade. Ele é simplesmente a totalidade da natureza e suas leis inalteráveis. Assim, para Vauvenargues, a moral é construída pelo homem e 'l'humanité est la première des vertus'".
   
   Percebe-se, imediatamente, algo parecido com o pensamento spinozano, a quem o trecho selecionado faz menção. Porém, há um pouco mais, na sequência do texto da Wikipedia:
   
   "As principais influências que deram forma à sua Filosofia foram Bayle e, em especial, Espinosa [...]. Mas o Espinosismo de Vauvenargues é uma Filosofia individual intensamente moralista, senão também uma instância política, a serviço do indivíduo liberado. Preocupado com as implicações do sistema de Espinosa para o estilo de vida e a moralidade, ele parece de todo alheio às polêmicas da crítica à Bíblia do Tractatus [Tratado Teológico-político] e do sistema cuidadosamente criado na construção da Ética. Tipicamente vauvenargueniano na sua luta com o paradoxo contido no coração do sistema de Espinosa, que todas as ações e decisões humanas são determinadas necessariamente, e não há livre arbítrio, mas que, no entanto, esse fatalismo 'n'exclut point la Liberté'". 

  Pesquisarei mais sobre o marquês de Vauvenargues. Depois registro aqui.

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