Diante do que foi apresentado no post anterior, podemos sugerir que escolher um candidato não é um ato totalmente "racional" - mesmo segundo o critério da Escola Econômica.
Se resta pacífico que, do ponto de vista das escolas sociológica e psicológica, a tomada de decisão tem a ver com o caráter do indivíduo, o que envolve fundamentalmente perspectivas afetivas, no que diz respeito à Escola Econômica/Racional, esta dimensão também se revela importante, visto que os valores a que damos destaque para considerar o que é do nosso "interesse" também passam pelo afetivo. O aspecto puramente racional surgiria apenas como instrumental, isto é, como meio, a fim de alcançar um fim já dado afetivamente, digamos assim.
Fujamos, então, de uma interpretação meramente racionalista da escolha daquele que merece nosso voto.
Um comentário:
Eu aceito estas análises psicológicas e sociais, de cada uma dessas escolas, usadas, de resto nas campanhas eleitorais pelos peritos de marketing. O que me custa, na verdade é aceitar todos estes estudos baseados nem pressupostos completamente erróneos, no meu modo de ver. Isto porque
1) O eleitor não está associado à elaboração dos programas eleitorais porque, na realidade, ele não escolhe qualquer política.
2) Votar nem sequer permite ao eleitor escolher os representantes, os partidos o fazem em sua vez.
3)Os eleitos podem de facto agir? Na maioria dos casos, não!
Por estas e muitas outras razões, o leitor está cada vez mais ausente. Talvez um dia especialistas das diversas disciplinas e escolas, menos comprometidos com a sua formatação de pensamento, possa perder algum tempo a tentar perceber por que razão as pessoas NÂO votam, com os índices de abstenção a atingirem números que comprometem a legitimação dos eleitos.
Na verdade, nos dias de hoje, e perante o REAL, o que se torna pertinente não é estudar porque se vota, mas sim porque NÃO se vota.
Um abraço
Luís
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