segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Je suis Charlie! (3)


   No rastro de violência deixado pelo atentado terrorista ao periódico Charlie Hebdo, dois muçulmanos foram figuras emblemáticas: Ahmed Merabet e Lassana Bathily. 
   O primeiro deles era o policial cruelmente executado na calçada, próximo ainda ao prédio do periódico, por um dos irmãos Kouachi. Já o segundo, que se tornou herói sem precisar - ainda bem - virar mártir, talvez tenha um simbolismo ainda maior. Isto porque, sendo funcionário do mercado kosher invadido pelo terrorista Amedy Coulibaly, ajudou diversos clientes judeus que estavam no estabelecimento a se esconderem, diminuindo a possibilidade de serem mortos.
   Vimos, então, o assassinato de um muçulmano por muçulmanos e o auxílio de um muçulmano a judeus, ameaçados por outro muçulmano. Isto mais do que comprova as palavras de Malek Merabet, irmão do policial covardemente assassinado, já que estava ferido e deitado indefeso diante de seus algozes: "Quero me endereçar a todos os racistas, islamofóbicos e antissemitas: não se pode misturar os extremistas e os muçulmanos. OS LOUCOS NÃO TÊM COR OU RELIGIÃO" (Grifo nosso).

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