sábado, 13 de junho de 2015

Islamofobia????


   Dia desses, um dos amigos aqui do blog postou um comentário indicando que os atentados e violências dos movimentos fundamentalistas islâmicos continuam, apesar da desaprovação dos muçulmanos mais "conscientes", digamos assim. E sugeria que não via saída para isso, pelo menos a curto prazo. 
   Concordei com sua análise, e opinei que só haveria solução se, além da simples repreensão, os fundamentalistas fossem excomungados do Islã, tendo em vista a ideia de que compreendem mal as orientações da sua religião. 
   Mas... lendo a entrevista com a escritora e ativista somali Ayaan Hirsi Ali, pensei que o problema pode ser um pouco mais sério.
   Segundo ela, "Somos [os muçulmanos] ensinados que a violência por causa de Alá é obrigação. Se você ler o material de segurança e de propaganda do Estado Islâmico, o que se vê constantemente são referências ao profeta Maomé e ao Alcorão. Quando se pergunta sobre violência, os extremistas dizem que não estão inventando essas coisas. Que o profeta fazia o mesmo. Ele também decapitou, ele também escravizou mulheres. Eles argumentam que estão fazendo justamente o que o profeta ordenou".
   Perguntada sobre a necessidade de uma reforma no Islã, ela indicou quais seriam os principais pontos da mesma: "O primeiro é atitude. Muitos muçulmanos acham que têm de agir exatamente como está escrito no Alcorão e seguindo os passos de Maomé. A reverência incondicional ao profeta e ao livro é um problema. O segundo é a narrativa da vida após a morte. O Islã é obcecado como a ideia de se preparar para a morte. A morte é o objetivo. Outra mudança seria na sharia, que regula absolutamente tudo no mundo islâmico. Por último, a jihad, que significa guerra santa, deveria ser substituída por guerra de paz".
   Depois, inquirida sobre a possibilidade destas mudanças ocorrerem em breve, a ativista diz: "Sou muito otimista e acho que vai acontecer, só não sei se isso ocorrerá enquanto eu estiver viva".
   Segundo ela, as lideranças devem encorajar a reforma, "confrontando a ideologia radical".
   Embora eu ainda não ache que a religião islâmica, em si, seja o problema - devemos lembrar, por exemplo, que o Antigo Testamento também revela um banho de sangue para com os adversários do povo judeu -, acho muito difícil frear os fundamentalistas, principalmente por causa do posicionamento frouxo em relação à última colocação de Ayaan, ou seja, ao confronto esclarecedor com a ideologia radical. Não sei se isso é por simples acomodação ou por medo, mesmo, dos mais razoáveis serem tidos como infiéis por grande parte dos muçulmanos.
   Por último, vale citar que a escritora teve seu Herege publicado no Brasil, e que devemos manter sempre em mente, diante de suas opiniões, que ela é acusada, por alguns muçulmanos, de ser "islamofóbica".

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