quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Ensaio sobre a cegueira

Vi o filme "Ensaio sobre a cegueira", baseado no livro de José Saramago. Desnecessário dizer que o filme não causa o mesmo impacto que o livro. Embora as imagens tenham muita força, as palavras escritas, se bem "digeridas", vão compondo um cenário mental que tem um apelo à sensibilidade muito maior. Seria o caso de discordar da famosa afirmação de que "uma imagem fala mais do que mil palavras"? Parece que sim!
Talvez, a grande diferença entre o filme e o livro possa ser pensada através de uma analogia: enquanto o filme é fast food, o livro é um alto jantar. E saborear um jantar completo é muito melhor do que "engolir" fast food.
De qualquer forma, o filme é muito bom. O cansaço extremo da única personagem que não fica cega - que não tem um nome, como nenhum dos outros personagens - é otimamente representado por Julianne Moore. O que me parece a questão central da estória - a "animalização" do homem diante de um colapso da sociedade - aparece em cores vívidas no filme... apesar dos personagens só verem o branco... Desculpem o trocadilho! Rsss
Vale a pena ver o filme... e ler o livro, também!

2 comentários:

Maria disse...

Por falar em livros que são adaptados a filmes ou séries lembrei-me do “Equador”, que já começou há umas semanas aqui. A série, contrariamente ao filme do “Ensaio sobre a cegueira” faz jus à afirmação “Uma imagem vale mais que mil palavras”…rs Está muito interessante, com cenários edílicos e com um enquadramento histórico muito bem conseguido. Penso que poderá competir com as vossas fantásticas sérias da Globo.
Outra dúvida de português, com o acordo como ficará a palavra estória /história? Aqui a palavra estória não existe.
Bom fim de semana.

Ricardo disse...

Bem... se fosse um filme, acho que teríamos o prazer de vê-lo por aqui sem muitas dificuldades, mas uma série... talvez fique mais difícil.
Sobre estória e história. Não acho que a normatização inclua determinados regionalismos. Já citei o "António" e o "bebé", que não devem mudar aí, mas que não passam a existir aqui. É o mesmo caso de "afastámos" - no passado aí -, que por aqui é "afastamos", seja no presente, seja no passado.
O mesmo ocorre com "camião", que por aqui continuará sendo "caminhão". Portanto, não vejo problema nenhum em continuarmos com as nossas "estória" e "história".