sábado, 18 de abril de 2009

A "inautenticidade" e a "má-fé"

Há duas ideias que se aproximam em Heidegger e em Sartre, mas que guardam, em seu íntimo - a meu ver -, uma diferença sutil: a "inautenticidade" e a "má-fé", respectivamente.
Tanto na "inautenticidade" quanto na "má-fé", o homem olha sua existência como se houvesse apenas uma perspectiva para experienciar o mundo. A diferença é que, no primeiro caso, isso é "espontâneo", enquanto, no segundo, há uma "acomodação" à perspectiva em questão. Ou seja, na "má-fé", o homem sabe que existem outras perspectivas, outras opções para conduzir sua existência, mas insiste em ficar naquela.
É importante destacar, ainda, que, na "inautenticidade", o homem como que é "enganado", achando que só existe o modo impessoal de existir - "Faz-se assim!"; "Vive-se assim!" -; abrindo-se à nova possibilidade apenas com a ocorrência da Angústia. Já no modo de ser chamado "má-fé", o homem como que se "ilude", se "aliena", para tornar sua existência mais "simples". Se o impessoal "os outros" dita o modo de viver, comportar-se como "eles" é desresponsabilizar-se dos próprios atos.
Portanto... apesar desses modos de ser não serem, segundo os existencialistas, passíveis de um juízo de valores, eu acharia melhor estar na situação de "inautenticidade" do que na de "má-fé".
Uma pergunta geral: em que situações estamos agindo de "má-fé" conosco?

3 comentários:

mundy disse...

Bom Dia, nas minhas andanças pela internet, descobri uma Universidade que ministra um curso de Filosofia a distancia, com duraçao de pouco mais de 2 anos, bem estou pesquisando mais, quem sabe assim eu me aventuro a voltar a cursar algo, este tipo de curso caso esteja chacelado pelo MEC, me interessa , pois seria um ganho de tempo tremendo.

Júlio disse...

ô Ricardo, eu nunca tinha pensado desse jeito mas acho que vc tem razão. O jeito clássico de pensar é de inautenticidade e má-fé como sendo do mesmo gênero, porque as duas são o contrário do modo de ser mais apropriado ao homem. Para Heidegger a autenticidade e para Sartre a liberdade.
Mas eu acho que existe essa diferença sutil que vc explicou.

Júlio disse...

Já percebi que o Mundy é totalmente prático. Pra que fazer em 4 o que se pode fazer em 2 anos!