terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

"Saramago e o Haiti"

  Como sabem os que me conhecem há mais tempo, sou fã do Saramago... e, como sabem os que conhecem nossa amiga Maria há mais tempo, ela não gosta do estilo do seu compatriota.
  Sabedor disso, ao ler a nota da coluna "Informe Ideias", de Alvaro Costa e Silva, do Jornal do Brasil de domingo, não pude deixar de lembrar da nossa amiga internacional.
  A nota contava que "Depois de Madonna, Bono, Sting e Stevie Wonder, de Brad Pitt e Angelina Jolie, de Gisele Bündchen, e outros tantos, é a vez de mais uma celebridade faturar em cima da tragédia no Haiti" - esse 'faturar' ficou horrível, mas sigamos... - "José Saramago vai lançar uma nova edição do livro A jangada de pedra, cuja renda será revertida para as vítimas do terremoto. 'Se chegarmos a um milhão de exemplares vendidos, serão quinze milhões de euros de ajuda', calculou o Prêmio Nobel".
  A atitude, sob meu ponto de vista, foi muito bonita. Parabéns, Saramago!
  Para quem pensa que eu só lembrei da nossa amiga por ela e o autor serem naturais do mesmo grande Portugal - "grande", em qualidades e não em tamanho, obviamente - errou. Eu, propositalmente, omiti da nota uma opinião do dono da coluna: "... do livro A jangada de pedra - um dos piores romances que escreveu - ...".
  Eu pensava que nossa amiga era a única a não gostar do Saramago, além daquele autor que o acusou de plágio, mas me enganei.
  E eu não posso nem criticar o crítico - desculpem o trocadilho -, pois esse foi um dos poucos livros dele que não li.
  Mas fiquemos com a qualidade de sua ação filantrópica... e torçamos para que ele consiga vender muitos exemplares - seja ou não um bom livro!

2 comentários:

mundy disse...

Outro dia vendo um filme de um seriado americano muito popular nos States e também aqui no Brasil, LAW & ORDER SVU, que trata de casos de violencia em especial a estupros , e o episodio é uma temporada bem anterior ao que ocorreu no Haiti recentemente, bem o que tratava o Episodio em questao, o fato de um casal de Americanos ter como fonte de renda , adoçao de crianças do Haito sob pretexto de dar lhe uma melhor vida no EUA e na verdade estas crianças eram repassadas para outros casais e viravam em pregados domesticos, sofrendo toda sorte de privaçoes e exploraçoes , sendo que uma destas crianças adotadas acaba por matar seus pais adotivos justamente por este motivo, porque escrevo isso, é que parece que já surgiram algumas supseitas no atual caso do Haiti, que aja uma máfia que trafica crianças do haiti , ou seja aproveitam a miséria existente para lucrar, o interessante u este episodio é antigo , tipo 5 0u 6 anos atras, ou seja deve ser baseado em algo que aconteceu por lá no EUA, por isso tenho certas reservas quando ficam nesta de que queremos dar uma vida melhor para estes pobrezinhos, o ser humano esta tao mudado em relaçao aos valores morais que desconfio de muita coisa por tras de causas humanitárias, é uma pena que eu pense assim mas a ficção me mostrou isso e a realidade também.Quem nao conhece no Brasil, casos de pessoas que trazem aquela menininha do interior dizendo que é para dar uma instruçao melhor e coisa e tal, e na realidade a menininha serve como empregada domestica e até de uso para fins sexuais, lógico que muitas pessoas realmente cumprem o proposito de dar uma condiçao melhor para o desenvolvimento destas crianças, mas muitos querem é obter vantagem sobre quem esta fragilizado de todas as formas e quer sair daquele caos seja no Haiti ou aqui na Terra Brasilis.

Ricardo disse...

Compadre:
Confesso a você que, num primeiro momento, achei que se tratasse de algum sensasionalismo da imprensa, tentando achar "chifre em cabeça de cavalo", num processo que, se não seguia os ditames legais de adoção, pelo menos tinha um senso humanitário muito grande.
Mas... depois, continuei a acompanhar as notícias e vi que algumas das pessoas envolvidas já respondiam a processos por práticas semelhantes, inclusive, na ausência de qualquer catástrofe... e que existiam dúvidas sobre suas boas intenções até mesmo nos Estados Unidos.
A saída de uma criança de seu lar - se é que se pode chamar "lar" a um estado de penúria tão grande como o que se vive agora nas "habitações" haitianas -, para um lugar tão distante, deveria sofrer um monitoramento de agências internacionais, até da própria ONU, pois, caso haja má fé, a criança se torna um refém totalmente indefesa diante das circunstâncias.
Que se ajudem a todos - crianças, adultos e idosos -, mas que se faça, por exemplo, uma quarentena antes de qualquer saída do país, a fim de que se possam pesquisar, por entidades de Direitos Humanos internacionais, a motivação dos "promotores de adoções".
E, como você bem disse, a coisa não deve ser tão velada, se já há cinco ou seis anos falava-se disso.