Não pensem que eu fiquei louco, nem que errei no título do post.
No tal Guia politicamente incorreto da economia brasileira, Leandro Narloch escreve: "Nem Lula, nem FHC. Quem criou o Bolsa Família foram os neoliberais".
Estando Narloch certo, é lógico que a tal "ideia neoliberal louvada pela esquerda" a que me refiro no título seria o Programa Bolsa Família.
Vejamos, então, o que diz Narloch:
"A ideia que se tornou a maior bandeira da esquerda brasileira nasceu com Friedrich von Hayek e Milton Friedman. Esses dois economistas são odiados pela esquerda por serem conhecidos como os pais do neoliberalismo, a doutrina dos anos 1970 que defendia privatizações e redução do tamanho do Estado".
Mas isso não é "fofoca da oposição", afinal "o próprio Eduardo Suplicy admite a influência neoliberal. No livro Renda de cidadania, Suplicy afirma que ele próprio, para montar um projeto de renda mínima no Brasil, se inspirou em estudos de economistas liberais que conheceu na década de 1960, durante o mestrado de economia na Michigan State University. [...] Ele inclui no final do livro até mesmo uma entrevista com Milton Friedman".
Segundo Narloch, "A proposta de Milton Friedman está no livro Capitalismo e liberdade, de 1962". A ideia é simples: "em vez de impor leis e regulações que distorcem o mercado, como leis de salário-mínimo e controle de preços, é melhor o governo criar um 'imposto de renda negativo'. Quem ganha menos que o piso do imposto de renda deveria pagar um imposto negativo (ou seja, receber um subsídio) proporcional ao valor que falta para chegar ao piso".
Friedman alegava que, além do custo da ajuda ficar bem clara, pois os mecanismos de controle de arrecadação possibilitariam identificar quanto e para quem foram os recursos, ainda haveria a eliminação de uma burocracia enorme que cerca todas as políticas sociais, acarretando uma diminuição do tamanho da máquina estatal - conceito fundamental do neoliberalismo.
Curiosamente, o economista americano anteviu um problema para sua teoria: "A principal desvantagem do imposto de renda negativo [...] são suas implicações políticas" - implicações estas que seriam, principalmente, a maioria impor impostos cada vez mais pesados a uma minoria que tivesse que ajudar sempre os mais necessitados daquela maioria.
E Friedman reconhecia - afinal vislumbrava um cenário democrático: "Não vejo nenhuma solução para este problema - a não ser que confiemos na boa vontade e no autocontrole do eleitorado".
Xiiii... essa confiança deve ser fruto de alguma droga alucinógena. Rssss.
2 comentários:
Meu Caro Ricardo,
venho observando que os comentários nos blogues, de modo geral, vêm se tornando cada vez mais escassos, creio que isto se deve ao Facebook. Deste modo, gostaria muito de saber se você tem um.
Abraços do amigo,
anibal werneck de freitas.
Quanto prazer em "relê-lo", caro amigo Aníbal.
Penso que você tem razão ao dizer que o movimento dos blogs tem diminuído, em detrimento do aumento das postagens no Facebook. A mim parece que o "Face" atende a um espectro mais amplo de "necessidades" - ele tanto faz o papel de um diário "visual" (devido às fotos que lá são registradas), como escrito (com as ideias em textos). Além disso, já se compartilha "automaticamente" esse diário com os amigos/conhecidos.
Nesse sentido, acho que ele é uma ferramenta que aproxima mais. O blog é algo que você pode escolher ver ou não - ainda que seja meu amigo/conhecido.
Contudo, eu respondo sua pergunta de uma forma que pode parecer meio paranoica: Sim, eu tenho uma conta no Facebook... mas eu não a utilizo. Ela foi aberta quando eu fazia meu mestrado, por "exigência" de um professor, que compartilhava alguns textos através daquele espaço. Tenho até alguns "amigos", mas só muito raramente vou lá ver o que está acontecendo.
Desta forma, por enquanto, pelo menos, vou ficar limitado a este meu humilde e pacato espaço de reflexões... contando sempre com suas visitas. Rssss.
Grande abraço.
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