Eu já falei aqui no blog, há algum tempo, do livro Esquerda e direita - guia histórico para o século XXI, de autoria de Rui Tavares. Aliás, livro muito interessante, que acho que voltarei a mencionar aqui.
Na época em que li este livro, havia a menção a uma forma alternativa de entender a famosa distinção entre esquerda e direita.
Como sabemos, a forma mais tradicional de tratar do início histórico desta distinção é aquela que remete à Revolução Francesa. Em 28 de agosto de 1789, estava em discussão se as deliberações aprovadas pela Assembleia Constituinte poderiam ser vetadas pelo rei. Os deputados contrários ao direito de veto real entraram e tomaram assento à esquerda do presidente da sessão, enquanto os favoráveis àquele direito se sentaram à direita. Esta organização espacial foi mantida quando houve a segunda discussão sobre o mesmo tema, em 11 de setembro de 1789.
O livro diz, sobre isso:
"A oposição que se firmou em torno do direito de veto do rei [...] transcendi uma mera diferença de opiniões sobre um ponto específico, e via-se bem que se estendia a uma visão de múltiplas coisas: do próprio poder ao sentido da história, daquilo que constitui uma nação àquilo que constitui uma noção de direitos".
Mas... o livro informava também que:
"Um autor norte-americano [...] chamado Yuval Levin, conta uma história diferente para o nascimento da esquerda e da direita, que situa entre a Revolução Americana e a Revolução Francesa [...]. Para isso vai buscar dois autores, Edmund Burke e Thomas Paine, como precursores da esquerda e da direita".
Aí entra a novidade do post.
Agora, em 2017, foi lançado no Brasil o livro Grande debate - Edmund Burke, Thomas Paine e o nascimento da esquerda e da direita, de Yuval Levin, pela Editora Record. Este é justamente o livro a que se referia Rui Tavares em seu texto. Já comprei o meu, mas ainda não li.