quinta-feira, 18 de junho de 2009

Mais um pouco de Heidegger

Ao penetrarmos no pensamento de qualquer filósofo, é sempre de bom tom darmos uma olhada panorâmica nos seus defensores e acusadores. Com isso, evitamos entrar no seu "mundo" carregados de preconceitos que atrapalham a fluidez do nosso entendimento.
No caso de "Heidegger", parece-me que o problema é um pouco maior, exigindo mais cuidado ainda numa abordagem inicial. As acusações de nazismo pesam mais para o leigo do que o brilhantismo filosófico do pensador da Floresta Negra.
Recentemente, encontrei dois textos, no site "Crítica na rede", que podem servir muito bem a esse fim. O primeiro deles é a resenha do livro "As confusões de Heidegger", de Paul Edwards. O outro é o artigo "O fedor de Heidegger", de Richard Rorty.
O texto de Paul Edwards começa assim: "Bertrand Russel referiu-se a Kant como a maior catástrofe na História da Filosofia. C.D. Broad comentou que este lugar pertencia seguramente a Hegel. Tanto Russel como Broad se enganaram, porque este título pertence sem dúvida a Martin Heidegger". A íntegra se encontra em http://criticanarede.com/html/heidegger.html
O texto de Richard Rorty - um detrator convertido em admirador - vale a pena ser lido por todos, pois contém uma estorinha imaginária muito legal. A estorinha começa assim "Imagine que, no verão de 1930, Heidegger subitamente se apaixona perdidamente por uma aluna de filosofia, uma moça bonita, vibrante e adorável, de nome Sarah Mandelbaum..." e continua contando que "em 1932, após um doloroso divórcio de Elfride [a esposa com a qual Heidegger permanecerá casado na realidade], sua primeira esposa,... casa-se com Sarah...".
A moral da estorinha é obtida depois que o artigo afirma que , nesse mundo imaginário, Heidegger teria escrito as mesmas coisas que escreveu neste que conhecemos, ou seja, sua percepção errada do nazismo e das circunstâncias da sua época não resultaram numa filosofia de menor gabarito, nem comprometida com ideais espúrios.
Boa diversão, lendo o que poderia ser chamado "O mundo de Bob", quero dizer, "O mundo imaginário de Heidegger"! Rsss.

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