domingo, 12 de julho de 2009

Spinoza, o "Homem Aranha"

Nosso amigo Guilherme escreveu em seu blog um post muito interessante aproximando imaginariamente Spinoza e o "Homem Aranha". Um dos pontos altos do post, logo depois do texto, foi uma imagem do nosso intrépido herói "Spinoza Aranha". Vale a pena conferir os dilemas éticos dos dois "heróis", conforme o ponto de vista do Guilherme.
Entretanto, além do marketing gratuito oferecido ao companheiro blogueiro, escrevi para registrar uma coincidência. Enquanto procurava na internet dados para corrigir a informação sobre o registro da admiração de Nietzsche por Spinoza - se carta ou em livro -, deparei-me com um texto muito curioso, chamado "The meeting".
O texto apresenta um encontro entre Spinoza e Nietzsche, no MIT. Estranho? Vou explicar melhor. Especialistas do Massachussets Institute of Technology conseguem recriar as mentes - só as mentes - de oito filósofos, entre os quais estão o bigodudo alemão e o simpático luso-holandês (se eu não registrar "luso", a Maria me mata!). O projeto tem a intenção de colocar os filósofos... ou as suas mentes, em pares, para discutir seus sistemas filosóficos. Um desses pares é formado por Nietzsche e Spinoza.
"Interessante... e o que isso tem a ver com o texto do Guilherme?", alguém poderia perguntar. Eu respondo. Logo na primeira fala, Nietzsche diz que chamará Spinoza não pelo nome, mas de "Spiderman" ("Homem Aranha"), o que nos remete ao amigo Guilherme.
Se eu disser que o texto é filosoficamente interessante, vocês vão achar que estou brincando. Mas ele é.
Spinoza inquire Nietzsche sobre as aproximações entre seus sistemas. Temos um diálogo divertido e com conteúdo. Resta só ter algum cuidado, como em qualquer texto divulgado na grande rede, pois não conheço o currículo do autor, Daniel Spiro. De qualquer forma, há uma referência ao livro "Espinosa e outros hereges", de Yirmiyahu Yovel, o que já dá alguma credibilidade à abordagem comparativa realizada pelo autor.
Boa diversão!

6 comentários:

Prof. Guilherme Fauque disse...

Ah,valeu pelo marketing gratuíto - rsrsrsrsrs


Vou ler o texto do Spiro agora mesmo!

Maria disse...

Senhor Ricardo!!
Ri aqui muito com o seu post, aliás o senhor anda muito bem humorado. Fui a “correr” ler o post do Guilherme e gostei do que li e aproveitei para viajar por lá um pouco.
Quanto a eu “matá-lo”, pode acreditar que sim, mas com requintes de malvadez, não simplesmente matá-lo. Afinal temos algumas mentes brilhantes, proporcionais ao pequeno país que temos. E não é por existirem Cristianos Ronaldos que o país é engrandecido, mas sim por terem existido homens como Espinosa, Fernando Pessoa, Vasco da Gama, Aristides de Sousa Mendes…
Ah, para terminar, chamam a meu marido o homem aranha, não por gostar de aranhas ,ou por ser bonito como Peter Parker (porque é muito mais bonito)mas pela apetência que tem para a escalada…rs
Que tenha uma óptima semana!!
Maria

Paulo Zaccur disse...

Apenas para registrar o dia (13/Jul) mundial do rock. Não pela pieguice de comemoração de datas inventadas pelo homem, e sim, pelo enaltecimento da música de qualidade. Embora plenamente subjetivo, o gosto por essa ou aquela música vem sendo gradativamente sucateado, com ruídos no lugar de melodias, e com "coisas" ao invés de palavras.
Respeito sempre haverá por qualquer predileção musical, seja qual for o gênero. Mas... é complicado conceituar de boa música algo que com a mínima repetição, agride ouvidos e alma, num desconcerto harmônico e linguístico. Haja bom senso para identificar qualidade nos barulhos!
Portanto, ainda que seja uma opinião, ainda que o som de massa esteja diametralmente oposto ao que escuto e sinto, fica aqui a minha saudade pela ótima música. Salve sim o velho, clássico e espetacular Rock`n Roll! não abro mão do "meu" The Who, Floyd, Clapton e Led, entre tantos, tantos outros gigantes. E salve também toda e qualquer música de verdadeira união com nossos sentidos! bem vindo o Jazz, Bach, Gismonti, Tim, Barão, Azimuth e etc...

Ricardo disse...

Guilherme:
O marketing gratuito é recíproco. Portanto, não há o que agradecer, no que tange a isso.
Sobre o texto "The meeting", acho que você vai gostar muito. Vale à pena lê-lo mesmo. Não só você, obviamente, mas todos aqueles que imaginam alguma aproximação entre esses dois filósofos fantásticos, que são Spinoza e Nietzsche.
Agora, vou confidenciar uma coisa: gostaria de ver o mesmo tipo de texto reproduzindo o encontro das outras "seis mentes filosóficas" que o MIT teria imaginariamente conseguido "reviver".
Já pensou em Heidegger e Sartre debatendo?

Ricardo disse...

Maria:
Longe de mim passar a opinião de que aquilo que há de melhor em Portugal é Cristiano Ronaldo.
Aliás, tu sabes muito bem o apreço que tenho, não só pela poesia de Pessoa, quanto pelas músicas de vários cantores daí, também pelo nosso belo idioma - mesmo em tempos de nova ortografia! Rsss. Não poderia deixar de citar, por interesse direto, Pedro Álvares Cabral e toda a "linhagem histórica" que fez a nós, do Brasil, estarmos onde estamos.
De qualquer forma... estás te apropriando, de certa forma, indebitamente de Spinoza. Vê... falo em luso-holandês, e tu já queres cooptá-lo, apenas para o lado português. Rsss.
Mas, tenho que confessar-te: o mais nobre representante de Portugal que conheço atualmente chama-se Maria. És tu! Rsss.
Aliás, obrigado pela participação constante e pela tua amizade.
A sorte do teu "Marido-aranha" é que tu não pertences à espécie das "viúvas negras". Rssss

Ricardo disse...

Nobre compadre Paulo:
Você, como todos os que passam por aqui, é super bem vindo. Mas não posso negar que sua presença, pela raridade com que acontece, enche-me de uma satisfação diferente.
Valeu, então, a vinda... bem como o registro do Dia do Rock. Rapaz, eu nem sabia que isso existia!
Agora, tenho que concordar com sua consideração sobre o que classificar como boa música, ainda que reconheçamos a subjetividade envolvida na questão.
Já discutimos sobre arte moderna. E, lembro bem, não chegamos a um acordo. Mas assino embaixo sua relutância em aceitar algumas "coisas" que estão sendo chamadas de "música", hoje em dia. Até porque, no que se refere à arte visual, basta dar de ombros e pensar "Que coisa ridícula!"; mas, no que se refere à "coisa-sonora" (para não escrever "música", quando isto não é apropriado), temos que ficar ouvindo aquele monte de porcarias ferindo nossos ouvidos.
Por último, tenho que fazer o registro da "sabedoria musical" do meu querido Paulo. Foi ele o responsável por tantas e tantas "futuras" paixões minhas, ao apresentar com um despretensioso "Ouve só essa musiquinha!". Quero dizer, "despretensioso"... e mentiroso, pois ele já estava instilando em meu cérebro mais um pouco de boa música.
A única paixão minha que fugiu às "malhas" de boa-qualidade do Paulo foi Janis Joplin. Ele sempre reclamou da super blueseira Janis... que continuou sendo minha paixão, com direito até a pôster num quarto adolescente. Rsss.
Valeu pelo comentário, Paulão.
E... Viva a boa música!