quinta-feira, 14 de maio de 2015

"Minha Casa, Minha Sina"


   O programa do governo federal "Minha Casa, Minha Vida" é uma tentativa de diminuir o problema do déficit habitacional aqui na Terra Brasilis. A ideia parece muito boa: produzir apartamentos a um custo acessível e vendê-los para pessoas que não teriam condições de tomar um empréstimo habitacional em uma entidade regular do Sistema Financeiro. 
    Se a ideia é boa, a execução da mesma tem sido muito questionada. Os locais escolhidos para os empreendimentos não têm a infraestrutura suficiente para abrigar os que para lá vão e as próprias construções são de qualidade ruim - houve até prédios que já tiveram que ser integralmente demolidos, por conta de problemas estruturais severos.
   Agora, porém, um problema maior atinge o programa - obviamente, sem culpa nenhuma direta do governo federal: o domínio das milícias. 
   Uma série de reportagens do jornal Extra, sob o título "Minha Casa, Minha Sina", mostrou que TODOS os 64 empreendimentos destinados à faixa mais baixa de renda, no Rio de Janeiro, estão sob domínio de milícias. Pior ainda, como se lê hoje, "Na ocasião, a série de reportagens 'Minha casa, minha sina' mostrou que, na Zona Oeste, alguns síndicos funcionam como um 'braço' da milícia dentro dos condomínios, cobrando o pagamento de taxas de segurança e levando aos paramilitares moradores que não cumprem à risca as regras".
   Escrevo este post justamente a partir da notícia publicada, hoje, de que um síndico foi preso após ter entregue um morador aos milicianos e de este, supostamente, ter sido morto pelos "donos do condomínio". Escapa-se da moradia em áreas de risco - seja por questões geológicas ou de segurança pública - e se chega a outro lugar com uma lei própria, imposta por bandidos. Ou seja, se correr o bicho pega, se ficar o bicho come!

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