quinta-feira, 27 de julho de 2017

Mais Bioética


   Historicamente, o termo "Bioética" surge em 1927, com o escrito Bioethics: a review of the ethical relationships of humans to animals and plants, de autoria do pastor, filósofo e educador alemão, Fritz Jahr. 
   Basta ler o título para verificar que a intenção central é tematizar a relação dos humanos com outros seres vivos - o que parece estar bem adequado àquela raiz etimológica grega a que já nos referimos em outro post.
   Porém, o texto considerado o "pai do conceito" é produzido bem mais tarde, em 1971, pelo bioquímico americano Van Rensselaer Potter (1911-2001), cujo título é Bioethics: bridge to the future. 
   A ideia potteriana também tinha um apelo mais global, dizendo respeito aos cuidados necessários com a natureza, por parte do ser humano, em função dos avanços tecnológicos obtidos por este último, mas que demandavam cada vez mais dos recursos naturais, sem uma preocupação com o que haveria de vir no futuro - daí a necessidade de um saber que valorizasse esses cuidados e possibilitasse a chegada efetiva do homem, de modo sustentável, ao futuro.
   Ocorre que, pouco a pouco, o termo "bioética" foi sendo apropriado pela Medicina. O próprio Potter viu a necessidade de desvincular sua ideia inicial daquela em que o termo se viu enredado, e cunhou, então, a expressão "global bioethics" para traduzir aquele conceito que produzira inicialmente.
   Edmund D. Pellegrino (1920-2013), um dos notáveis pioneiros da Bioética nos Estados Unidos, levanta questões que a Bioética terá que enfrentar. A primeira delas é como resolver a diversidade de opiniões sobre o que é Bioética e qual é o seu campo de abrangência temática. A segunda é como relacionar os vários modelos de ética e bioética, uns com os outros. Hoje, estaríamos começando a falar de "bioéticas", no plural.
   Saiamos da parte histórica...

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