Por esses dias, li no jornal que parte dos apoiadores do ex-presidente Lula às eleições de 2018 estava preocupada com algo inesperado à primeira vista: um possível crescimento da candidatura de Jair Bolsonaro no Nordeste, reduto eleitoral reconhecidamente lulista.
Os simpatizantes de Lula achavam que a, sempre citada em pesquisas de opinião, confiança nos militares, aliada à proximidade de Bolsonaro com estes atores sociais, poderia acabar por angariar simpatia e votos ao candidato capitão da reserva do Exército brasileiro.
Se isso é verdade, eu não tenho certeza. Mas lembrei desse fato quando lia a definição do "pretorianismo", em Política - 50 conceitos fundamentais explicados de forma clara e rápida, cujo editor é Steven L. Taylor, publicado pela Publifolha.
Lá está:
"Pretorianismo geralmente se refere ao governo dos militares, mas também pode significar uma forte influência deles na política. [...] O fenômeno está claramente associado a compromissos débeis das elites com a democracia, a instituições políticas frágeis, a polarização ideológica, a laços da elite política com a os líderes militares e a uma sensação generalizada de que os militares têm legitimidade para governar. O papel dominantes dos militares vai aos poucos se enraizando, e eles passam a ser atores políticos fundamentais, em particular nos períodos de crise política ou econômica". (Grifos meus)
Diante do exposto, apesar de não acreditar mais numa participação direta dos militares na condução do país, não dá para deixar de considerar a hipótese dos apoiadores de Lula de que os integrantes das Forças Armadas poderiam reforçar a candidatura de Bolsonaro, ainda que indiretamente, pela confiança depositada nestas instituições.
Mas ainda há muita água para rolar na Política do Brasil até as eleições de 2018.
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